segunda-feira, 21 de junho de 2010

Jefferson insinua que Alckmin e Serra receberam de Furnas


O ex-presidente do PTB e ex-deputado federal Roberto Jefferson (RJ), autor da denúncia sobre o mensalão, terminou seu depoimento na Polícia Federal e, confirmou, em entrevista coletiva, que em 2002 recebeu R$ 75 mil da estatal Furnas para um caixa 2 da sua campanha eleitoral para deputado.

Perguntado sobre uma lista em poder da PF da qual constam 156 nomes de políticos do PSDB, PTB, PFL, PL e PP que teriam recebido grandes somas de recursos para caixa 2, respondeu: "Quanto a mim, a lista é verdadeira. Eu recebi, sim, do dr. Dimas, R$ 75.000".

Ele se referia ao então diretor de Furnas chamado Dimas Fabiano Toledo, investigado como suspeito de ter sido operador de um caixa dois em Furnas, formado por dinheiro de empreiteiras e prestadoras de serviço para a estatal. Toledo até agora não foi ouvido por CPIs nem pela PF e estaria desaparecido.

Em seu depoimento à CPI dos Correios Jefferson reafirmou as denúncias de desvio de R$ 3 milhões da empresa Furnas Centrais Elétricas. Segundo a denúncia de Jefferson, o diretor de engenharia da empresa, Dimas Toledo, explicou a ele que o dinheiro era distribuído entre a direção nacional do PT, que ficava com R$ 1 milhão; a direção do PT em Minas Gerais, que também recebia R$ 1 milhão; um grupo de deputados, que ficavam com R$ 500 mil; e a própria diretoria, que recebia os R$ 500 mil restantes.

Sobre a lista de 156 nomes em poder da PF - que inclui o candidato presidencial do PSDB em 2002, José Serra, que teria recebido R$ 7 milhões do esquema, e o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que teria recebido R$ 9,3 milhões -, Jefferson disse: "Se perguntarem ao Alckmin, ao Serra, é possível que eles neguem. Quanto a mim, a lista é verdadeira. Quando denunciei o esquema do PT, o Valério, o Delúbio, todos negaram, e eu confirmei."

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