Fábrica que custou R$ 70 milhões ainda não produziu nenhuma dose do medicamento contra a gripe comum
Em 2007, governo do Estado e Ministério da Saúde prometeram que a vacina começaria a ser produzida em 2008
Inaugurada três anos atrás, a fábrica de vacina contra a gripe comum do Instituto Butantan, em São Paulo, até hoje não produziu nenhuma dose.
O prédio e os equipamentos custaram R$ 70 milhões ao Ministério da Saúde -que promove a vacinação anual dos idosos- e ao governo de SP. O instituto é estadual.
A fábrica está parada porque o Butantan ainda não obteve as certificações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e da Sanofi Pasteur, multinacional que detém a tecnologia de produção da droga.
Em abril de 2007, o então governador e hoje pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, e o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, organizaram uma solenidade para anunciar que a fábrica -a primeira na América Latina- estava pronta.
O governo paulista e o ministério prometeram que a vacina começaria a ser produzida em 2008.
Para o diretor do Butantan, Otávio Mercadante, a demora está dentro do prazo previsto.
A vacina usada no Brasil é importada. Em 1999, o governo brasileiro firmou um acordo com a Sanofi. O laboratório forneceria a vacina ao país com exclusividade por alguns anos e, em troca, transferiria a tecnologia de produção ao Butantan.
ATRASO
Atualmente, o Butantan recebe da Sanofi a vacina em estado bruto e a coloca nas ampolas para que o ministério as distribua pelo país.
Neste ano, porém, em razão de atrasos no Butantan, o Ministério da Saúde teve de realizar a campanha de vacinação dos idosos em duas fases -em parte do país, em abril; em outra, em maio.
Quando o Butantan produzir a vacina, o Brasil não precisará mais importar nenhuma dose e economizará R$ 100 milhões por ano. A fábrica também produzirá vacina contra a gripe suína.
Motivados pelo incêndio que há duas semanas destruiu parte do acervo de cobras do Butantan, deputados estaduais do PT colhem assinaturas para tentar abrir CPI que investigue o instituto.
"Fiquei surpreso ao saber que não produzem a vacina", disse o deputado Fausto Figueira (PT).
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