Após a crise, os brasileiros voltaram a viajar como nunca para o exterior. Em janeiro, os gastos em viagens internacionais dos turistas do País atingiram o recorde de US$ 1,21 bilhão, o maior valor para o mês desde 1969.
Os números dão às viagens um papel cada vez mais importante na composição das contas externas. Sozinhas, essas despesas equivaleram a 31,6% de todo o déficit de transações correntes do mês. Nos anos 80, o porcentual girava em torno de 3%.
Os gastos de viajantes brasileiros pelo mundo crescem rapidamente desde o segundo semestre de 2009. Depois dos meses turbulentos da crise mundial de 2008, a retomada da economia no ano passado deu confiança para que os turistas voltassem a olhar para fora do País.
Em fevereiro do ano passado, o gasto atingiu o piso de US$ 553 milhões. Desde então, sobe gradativamente. Na comparação entre os meses de janeiro de 2010 e 2009, por exemplo, a despesa saltou 72,4%. É como se brasileiros gastassem US$ 27 mil por minuto ou US$ 454 a cada segundo do mês de janeiro.
Do pouco mais de US$ 1,2 bilhão gastos no mês, 68% foram no cartão de crédito no pagamento de passagens aéreas, hotéis, aluguel de carros, lojas e restaurantes. As compras relacionadas diretamente ao turismo - como os pacotes de viagens- e pagas em dinheiro responderam por 28% das despesas.
As viagens de negócios foram responsáveis por apenas 2,3% dos gastos. Educação e esportes tiveram 0,2% do volume e, motivos de saúde, apenas 0,1%. Há pouco tempo, em 2005, a fatia dos negócios representava 5,41% e os fins educacionais estavam com 2% .
Mais longe. A mudança de composição é atribuída ao papel cada vez mais importante do turismo. O setor explica que a estabilidade da economia, a renda maior e o câmbio favorável têm gerado dois movimentos entre os viajantes. No primeiro, quem já conhecia o exterior passa a ir cada vez mais longe e de forma mais sofisticada. Na outra ponta, brasileiros que nunca haviam sonhado em sair do Brasil têm conseguido carimbar o passaporte pela primeira vez graças ao crédito que permite pagar pacotes internacionais em até 24 vezes.
"Quem sempre viaja ao exterior passou a ir cada vez mais longe, como, por exemplo, para o Leste Europeu, Oriente Médio e até mesmo a Ásia. Nos Estados Unidos e Europa, esse turista está mais sofisticado, com melhores hotéis e restaurantes", explica o diretor de assuntos internacionais da Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav), Leonel Rossi Júnior.
Mas há outro movimento que tem animado o setor: a estreia de novos turistas. "Há uma parcela da população que nunca havia viajado ao exterior e agora, com esforço, consegue. A porta de entrada para esse cliente tem sido Buenos Aires, na vizinha Argentina, que passou a ser o primeiro destino no exterior de muita gente. É só uma questão de tempo para esse consumidor encarar destinos cada vez mais distantes", diz Rossi Júnior.
Assim como em outros ramos da economia, o crédito é a principal alavanca desse viajante. Já é possível parcelar a compra de um pacote internacional em até 24 vezes. "Com a confiança na economia que existe atualmente, consumidores da classe C têm segurança para parcelar a viagem de férias. Isso tem permito a muita gente comprar pacotes turísticos", diz o diretor de planejamento do Banco Rendimento, Alexandre Fialho. A instituição oferece financiamento de até dois anos em agências de viagem. A média das operações, contudo, tem ficado em 12 meses.
Outra via que tem levado muita gente a gastar em dólares são os cruzeiros que, agora, têm lotado a costa brasileira com múltiplas alternativas. Segundo o diretor da Abav, cerca de 1 milhão de brasileiros embarcaram no verão, estação que terminou neste fim de semana. Essas viagens também têm sido amplamente facilitadas pelo crédito. Agência Estado
Com um país tão bonito como o nosso, viajar para o exterior, acho inconveniente.
ResponderExcluirPrecisamos fortalecer o nosso turismo interno,
gerando emprego e renda para nossos irmãos de
todos os estados da federação.
Além de que, o turismo para o exterior, prejudica
nossa contas externas que já estão deficitárias por conta de importações crescentes e, algumas
até necessárias para a modernização do parque industrial, com aumento da produtividade.