O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, terá de pedir asilo formalmente ao Brasil ou deixar a embaixada brasileira em Tegucigalpa, após 27 de janeiro, quando termina oficialmente seu mandato, revelou o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim. Embora o governo brasileiro ainda questione a legitimidade das eleições do sucessor de Zelaya, Porfírio Lobo, o Itamaraty já discute com países vizinhos uma maneira de lidar com Honduras após a saída de Zelaya. "Não vamos brigar com os fatos, mas há uma diferença entre isso e legitimar o que houve", argumenta Amorim.
O governo brasileiro enviou uma missão diplomática a El Salvador, República Dominicana e Guatemala para saber dos governos da região como tratar a situação criada com o fim do mandato de Zelaya. A missão depois vai a Washington, onde deve discutir, também, a convocação da próxima reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA), que deve tratar do assunto. A posição brasileira a ser levada à reunião dependerá das informações colhidas nas visitas aos vizinhos de Honduras, informou Amorim.
Amorim acusa o governo de Roberto Micheletti, nomeado após o golpe de Estado que derrubou Zelaya, de ter dificultado a saída da crise. Após negociação com a participação do governo golpista, Zelaya já se preparava para deixar a embaixada brasileira a caminho do México quando o governo Micheletti endureceu as condições exigindo que o presidente deposto abrisse mão de direitos políticos. A ação frustrou a saída de Zelaya, que continua até hoje na embaixada, onde recebe até emissários do governo americano, também interessados em uma saída para a crise política do país.
Mais recentemente, o Ministério Público de Honduras pediu a prisão dos militares que depuseram Zelaya e o obrigaram a viajar de avião para fora do país. Apesar de ver reconhecida por uma instituição do país a ilegitimidade do golpe que o tirou do poder, Zelaya classificou a ação do Ministério Público de uma cortina de fumaça sobre a real situação política criada com o golpe. As eleições realizadas após a derrubada de Zelaya, embora já estivessem previstas, foram realizadas sob censura, fechamento de rádios oposicionistas e pressões do governo de fato.
A ação do Ministério Público foi vista pelo governo brasileiro, porém, como uma tentativa de atender às pressões contra ações ilegítimas da oposição a governantes da região. "A situação de Honduras está se normalizando, o que não quer dizer uma situação boa", comentou Amorim. "Essas coisas todas não estariam acontecendo se Zelaya não estivesse de volta ao país e não o tivéssemos aceitado na embaixada", argumentou o chanceler, em defesa da decisão do governo brasileiro de aceitar a presença do presidente deposto, como convidado, na representação diplomática brasileira.
Apesar de acusações de que a ida de Zelaya à embaixada foi acertada previamente com o governo brasileiro, Amorim e outras autoridades do governo insistem que nada disso foi tratado pelo presidente deposto durante a visita que fez ao Brasil, semanas antes de sua reaparição em Tegucigalpa. Um outro ministro comenta que, se houvesse pedido prévio, ele seria negado.Valor
problema nos comentários.
ResponderExcluircoloquem um aviso...
clicando no título do post abre nova janela...
e aí pode comentar e ler comentários.
uma notinha no topo do site... provisório mas resolve.
feliz 2010...
com dilma.
...
o Brasil nao deve somente consultar os vizinhos de honduras. A meu ver deve fazer duas coisas:
ResponderExcluirdeixar claro sua oposiçao ao jogo duplo e no fim pro-golpe do depto de Estado ameridcano. Isto e, de Obama e Hillary. Segundo deve dar um jeito de negociar apoio economico, via BNDEs e via acordos comerciais com os vizinhos mais anti-Honduras. Talvez El salvador e Nicaragua. Isto é, washington tem que saber que hoje nosso pais, NAO é so expectador mas tem cartas para jogar.