segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Brasil já discute com vizinhos de Honduras relações futuras com o país

O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, terá de pedir asilo formalmente ao Brasil ou deixar a embaixada brasileira em Tegucigalpa, após 27 de janeiro, quando termina oficialmente seu mandato, revelou o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim. Embora o governo brasileiro ainda questione a legitimidade das eleições do sucessor de Zelaya, Porfírio Lobo, o Itamaraty já discute com países vizinhos uma maneira de lidar com Honduras após a saída de Zelaya. "Não vamos brigar com os fatos, mas há uma diferença entre isso e legitimar o que houve", argumenta Amorim.

O governo brasileiro enviou uma missão diplomática a El Salvador, República Dominicana e Guatemala para saber dos governos da região como tratar a situação criada com o fim do mandato de Zelaya. A missão depois vai a Washington, onde deve discutir, também, a convocação da próxima reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA), que deve tratar do assunto. A posição brasileira a ser levada à reunião dependerá das informações colhidas nas visitas aos vizinhos de Honduras, informou Amorim.

Amorim acusa o governo de Roberto Micheletti, nomeado após o golpe de Estado que derrubou Zelaya, de ter dificultado a saída da crise. Após negociação com a participação do governo golpista, Zelaya já se preparava para deixar a embaixada brasileira a caminho do México quando o governo Micheletti endureceu as condições exigindo que o presidente deposto abrisse mão de direitos políticos. A ação frustrou a saída de Zelaya, que continua até hoje na embaixada, onde recebe até emissários do governo americano, também interessados em uma saída para a crise política do país.

Mais recentemente, o Ministério Público de Honduras pediu a prisão dos militares que depuseram Zelaya e o obrigaram a viajar de avião para fora do país. Apesar de ver reconhecida por uma instituição do país a ilegitimidade do golpe que o tirou do poder, Zelaya classificou a ação do Ministério Público de uma cortina de fumaça sobre a real situação política criada com o golpe. As eleições realizadas após a derrubada de Zelaya, embora já estivessem previstas, foram realizadas sob censura, fechamento de rádios oposicionistas e pressões do governo de fato.

A ação do Ministério Público foi vista pelo governo brasileiro, porém, como uma tentativa de atender às pressões contra ações ilegítimas da oposição a governantes da região. "A situação de Honduras está se normalizando, o que não quer dizer uma situação boa", comentou Amorim. "Essas coisas todas não estariam acontecendo se Zelaya não estivesse de volta ao país e não o tivéssemos aceitado na embaixada", argumentou o chanceler, em defesa da decisão do governo brasileiro de aceitar a presença do presidente deposto, como convidado, na representação diplomática brasileira.

Apesar de acusações de que a ida de Zelaya à embaixada foi acertada previamente com o governo brasileiro, Amorim e outras autoridades do governo insistem que nada disso foi tratado pelo presidente deposto durante a visita que fez ao Brasil, semanas antes de sua reaparição em Tegucigalpa. Um outro ministro comenta que, se houvesse pedido prévio, ele seria negado.Valor

2 comentários:

  1. problema nos comentários.

    coloquem um aviso...

    clicando no título do post abre nova janela...

    e aí pode comentar e ler comentários.

    uma notinha no topo do site... provisório mas resolve.


    feliz 2010...

    com dilma.

    ...

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  2. o Brasil nao deve somente consultar os vizinhos de honduras. A meu ver deve fazer duas coisas:
    deixar claro sua oposiçao ao jogo duplo e no fim pro-golpe do depto de Estado ameridcano. Isto e, de Obama e Hillary. Segundo deve dar um jeito de negociar apoio economico, via BNDEs e via acordos comerciais com os vizinhos mais anti-Honduras. Talvez El salvador e Nicaragua. Isto é, washington tem que saber que hoje nosso pais, NAO é so expectador mas tem cartas para jogar.

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