O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), sinalizou ontem que deverá resistir às pressões para que aceite negociar sua entrada como vice-presidente na chapa a ser encabeçada pelo governador de São Paulo, José Serra, à Presidência. Na segunda quinzena deste mês, o PSDB deve realizar uma reunião da Executiva Nacional da sigla em Belo Horizonte.
"Eu me concentro nas coisas de Minas, é a partir de Minas que buscarei vencer as eleições", afirmou Aécio. "Entre janeiro e fevereiro, estarei visitando obras por todo Estado, sempre que possível em companhia do meu vice, o professor Antonio Anastasia", disse Aécio, referindo-se ao seu candidato ao governo mineiro, que deve assumir o posto de titular no início de abril, com a desincompatibilização do governador. Aécio ontem voltou a se declarar "pré-candidato" a uma vaga no Senado.
Para Aécio, a demora de Serra em colocar-se como candidato está inviabilizando a ampliação das alianças da oposição. "Eu sempre achei que o PSDB devia antecipar esta decisão. Quanto mais rápido se definir, maior a possibilidade de estabelecer alianças, mas não cabe a mim agora fazer cobranças ou críticas", afirmou o governador.
No mês passado, Aécio retirou formalmente a sua pré-candidatura à Presidência, alegando que a maior parte da direção do partido era favorável a deixar a definição para depois de fevereiro. Mas ontem o governador disse que o lançamento formal da candidatura de Serra pode estar próximo. "Vai ficar naturalmente clara a necessidade de se ter um candidato, nas próximas semanas ou no próximo mês", disse. O governador de Minas descartou qualquer possibilidade de retornar à disputa, mesmo que Serra queira concorrer à reeleição ao governo em São Paulo. "Minha decisão é irrevogável, é definitiva", frisou Aécio.
O encontro tucano em Belo Horizonte foi marcado anteontem, em uma reunião no Rio de Janeiro do presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), com o vice-líder no Senado, Álvaro Dias (PR), o líder na Câmara, João Almeida (BA), e o secretário-geral tucano, deputado Rodrigo de Castro (MG), que é ligado a Aécio. No encontro, os dirigentes da sigla acertaram ainda intensificar o discurso oposicionista, acusando o Presidente Lula de estar antecipando a campanha eleitoral em favor da ministra dDilma Rousseff (PT).
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