Entre 50 e 60 barracos foram destruídos na tarde de ontem em um incêndio que atingiu a favela Beira-Rio, que fica no Jabaquara, zona sul de São Paulo. O fogo, que começou por volta das 15h, foi controlado pelo Corpo de Bombeiros após duas horas do início da ocorrência.
Durante o incêndio, uma pessoa ficou ferida: um homem de 25 anos que caiu de uma laje enquanto ajudava a apagar o fogo. Outras pessoas passaram mal e também foram levadas para o pronto-socorro do Jabaquara.
O Corpo de Bombeiros deslocou para o local 23 viaturas e 73 homens para controlar o incêndio, pois a região é de difícil acesso para os caminhões que levavam água para conter as chamas.
De acordo com o major Marco Aurélio Alves Pinto, oficial responsável pela operação, não há como identificar as causas do incêndio. “Como são residências fora do padrão, é muito difícil saber como o fogo começou. Pode ser desde um curto circuito até uma panela no fogão”, explica.
O major agradeceu a colaboração dos moradores, que indicaram o caminho mais fácil para os caminhões entrarem na favela e ajudaram a conter o fogo. “Mas as pessoas precisam ficar um pouco mais distantes para acidentes não acontecerem, como o que houve com o rapaz que caiu da laje”, diz.
O motorista Antonio Vieira da Silva é um dos moradores da favela que ajudou os bombeiros a conter o fogo. “Estava em um velório aqui na comunidade mesmo quando soube do ocorrido. Resolvi ajudar e o incêndio nem era perto da minha casa”, conta.
A empregada doméstica Vera Souza Santos diz que por pouco a sua casa, que é de alvenaria, também não pegou fogo. “Queimou tudo dos meus vizinhos. Tirei de casa o que podia, mas o fogo foi controlado antes de acabar com o que ficou. Mesmo assim, é muito triste o que aconteceu com o pessoal que mora próximo de casa”, comenta.
Em pouco mais de um ano, a favela Alba, vizinha da Beira-Rio, registrou três incêndios. No último, que ocorreu em junho deste ano, o fogo destruiu cinco barracos e deixou duas pessoas feridas. Em março, foram dez casas atingidas. O mais sério ocorreu em novembro do ano passado, deixando 800 pessoas desabrigadas. JT.Estadão
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