Ogovernador de São Paulo, José Serra (PSDB), ainda não saiu da toca para se assumir oficialmente como pré-candidato ao Palácio do Planalto, mas tem intensificado sua agenda de andanças pelo Brasil. Depois de passar por Fortaleza para discursar para uma plateia de empresários, o governador irá ao Piauí no próximo fim da semana para participar de um encontro político. Além da maior exposição de Serra, o PSDB prepara uma ofensiva cujo alvo são os aliados regionais do Presidente Lula
A visita de Serra ao Piauí será um ato combinado com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), também cotado para representar o partido na eleições 2010. O paulista vai na sexta e o mineiro no sábado. O objetivo dos dois é o mesmo: fazer comicios
Serra demonstra estar cedendo aos apelos de seus aliados por mais exposição. Intensificou a agenda midiática, concedendo uma série de entrevistas a rádios e emissoras de televisão populares e planeja mais viagens pelo país. No PSDB e no DEM, todos estão ansiosos para equiparar o jogo com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que conta com o apoio declarado do presidente Lula para sucedê-lo.
Estratégia adiada Embora os tucanos minimizem o crescimento de Dilma nas pesquisas mais recentes, há um entendimento de que não devem deixá-la sem oponentes, falando sozinha aos brasileiros. O problema é que nem Serra nem Aécio colocaram em prática uma agenda de interação com potenciais eleitores. O plano seria visitar localidades carentes do país - onde Lula goza de notório prestígio - e se oferecer como opção, minando a simpatia inercial do eleitorado pela favorita do presidente.
A ideia, porém, continua em banho-maria. E, diante do prazo exíguo para definir os précandidatos, é possível que jamais saia do papel. Aécio Neves já comunicou à cúpula do PSDB que se lançará ao Senado em janeiro próximo caso o impasse permaneça. Serra, por sua vez, insiste em fechar a questão somente em março.
Na última sexta-feira, o governador paulista concedeu entrevista para uma rede de televisão de Fortaleza e palestrou para empresários e profissionais liberais a convite do Centro Industrial do Ceará (CIC). Em paralelo à agenda de um candidato não assumido, o PSDB quer firmar uma estratégia de contra-ataque. Ou seja, vai trabalhar para roubar aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva país afora. O primeiro passo é no Pará, estado considerado importante para a solução do conflito interno entre tucanos.
Com uma solução que aponta para o lançamento da candidatura de Simão Jatene ao governo local, a cúpula do PSDB quer negociar com o PR e com o deputado Jader Barbalho (PMDB-PA).
O Pará é considerado um estado crucial também para o sucesso da aliança do PT com o PMDB.
Nesta semana, Barbalho e a governadora paraense Ana Júlia Carepa deverão se sentar à mesa para discutir uma saída a contento.
A chave para o peemedebista aderir à aliança nacional passa pelo tamanho que ele terá em um eventual governo petista.Correio
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