Já existe até um folclore em torno do inchaço da máquina no governo Lula -são 37 pastas, entre as quais o Ministério da Pesca e Aquicultura, imprescindível, como se sabe. Quando não tem o que dizer, situação muito frequente, a oposição bate na tecla do aparelhamento do Estado. É preciso ter um peixe para exibir em casa.
As coisas, porém, não andam bem na casa das oposições. A pose do DEM, por exemplo, não cabe no retrato da realidade. O discurso da austeridade, a defesa do contribuinte, os apelos retóricos contra o Estado tentacular -todo esse castelo de hipocrisias desmorona diante da ação dos liberais de fachada.
Gilberto Kassab, o jovem líder nacional dos Democratas, também parece gostar de pescaria. Recebeu a prefeitura de José Serra com 21 secretarias. Reeleito, inventou outras sete -agora são 28. A mais nova atende por Secretaria Especial do Microempreendedor Individual. Faltou apenas o "Tabajara".
Kassab criou a Secretaria da Mulher e a "desinventou" depois que seu titular morreu. Qual é a lógica? Várias pastas, esdrúxulas e sem finalidade pública visível, parecem brotar na administração paulistana com a missão exclusiva de acomodar amigos ou interesses obscuros.
Antes de se eleger, Kassab era um gestor de luxo a serviço de Serra na capital. Agora, além dos tucanos desabrigados pelo governo do Estado, o prefeito precisa atender a turma de Orestes Quércia e, claro, os novos-ricos do seu velho PFL. Tem resolvido o problema à moda antiga.
O candidato que se elegeu zombando de "Martaxa" vai incorporar em 2010 cerca de R$ 750 milhões aos cofres municipais com o aumento do IPTU. É um escárnio. Ou alguém imagina que exista um debate sobre política urbana orientando o voto do centrão fisiológico que aprovou a medida na Câmara?
A cidade, de resto, anda visivelmente suja no seu aspecto físico. Podia ser pior? Sempre pode. Basta perguntar ao governador-modelo dos DEM, José Roberto Arruda.Fernando de Barros
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