Deputados acusaram nesta quarta-feira (7) governadora Yeda Crusius (PSDB) de pagar cerca de R$ 100 mil com dinheiro público para reformar e mobiliar a casa de Crusius em Porto Alegre. Os gastos, realizados em 2007, foram contratados pela Casa Militar, com autorização da Casa Civil.
A denúncia é baseada numa série de empenhos de pagamentos feitos pela Casa Civil, que discriminam as compras. Os dados foram repassados aos deputados da CPI da Corrupção no dia 14 de setembro por um servidor público, que não teve seu nome revelado. Os documentos mostram fotografias de telas de computador com detalhes dos gastos, como valor, estabelecimento comercial em que foi feita a compra, número da nota fiscal, data de pagamento e destino dos produtos.
Em pelo menos duas compras os parlamentares comprovaram que os dados são verdadeiros. Os deputados Paulo Borges (DEM) e Daniel Bordignon (PT) foram até uma loja de materiais de construção citada na denúncia e constataram que os dados empenhados pela Casa Civil se referiam à compra de 56 metros quadrados de piso emborrachado no valor de R$ 8 mil, entregues na rua Araruama, 806 - o endereço da governadora.
"O valor da compra e o número da nota fiscal era o mesmo do empenho. Trata-se de uma informação oficial, produzida pelo próprio governo", disse Borges. Segundo ele, os empenhos revelam detalhes de todas as compras, que somam R$ 100 mil. "A CPI tem a obrigação de aprovar requerimento para solicitar as notas fiscais à Casa Civil", disse.
Os documentos mostram também, segundo a presidente da CPI da Corrupção, Stella Farias (PT), a comprovação da compra de móveis infantis no valor de R$ 6.000. Os móveis teriam feito parte da decoração dos quartos utilizados pelos netos de Yeda Crusius. Se a Casa Civil não apresentar as notas fiscais, os deputados prometem checar cada um dos empenhos citados na documentação.
A denúncia ocorre um dia antes de a comissão especial que analisa o pedido de impeachment da governadora votar o relatório da deputada Zilá Breitenbach (PSDB). O relatório recomenda o arquivamento do pedido, feito pelo Fórum dos Servidores Públicos do Estado.
A CPI da Corrupção investiga o envolvimento de membros do governo em fraudes de cerca de R$ 44 milhões no Detran gaúcho. Stella Farias disse que os deputados farão diligências para saber se o material foi de fato entregue no endereço da governadora e se foi usado na reforma da casa.
A casa da rua Araruama foi comprada por Crusius em novembro de 2006, logo depois da campanha eleitoral. Denúncias nunca comprovadas indicam que o imóvel teria sido adquirido com recursos de sobra de campanha. O valor declarado da compra é de R$ 750 mil, mas deputados de oposição avaliam que o negócio valeria pelo menos o dobro.
"Estou chocado. É uma prova contundente e grave", disse o deputado Daniel Bordignon (PT), que apresentou parte dos documentos. "As notas fiscais comprovam que o dinheiro usado na reforma da casa [da governadora] era do povo gaúcho", acusou.
Em discurso à tarde, no lançamento do Fundo de Apoio Financeiro e de Recuperação dos Hospitais Privados (Funafir), a governadora disse que faz um governo de combate à corrupção. "Estamos combatendo num mercado de escândalos. Nosso governo é um governo que combate a corrupção pela eficiência. Não precisamos prender, arrebentar, nem gravar fitas", discursou. Até às 19h, a Casa Civil do governo não havia se manifestado sobre a denúncia.
Além das denúncias, deputados da oposição que integram a comissão especial para analisar a admissibilidade do pedido de impeachment da governadora revelaram discrepâncias entre a movimentação bancária e a declaração do imposto de renda de Crusius e de pessoas próximas a ela - denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) por crime de responsabilidade fiscal.
Os parlamentares analisaram, em sessão fechada, o material sob sigilo que embasa a ação de improbidade administrativa movida pelo MPF. Além de documentos bancários e fiscais, os deputados ouviram áudios que se estão sob segredo de Justiça na comarca de Santa Maria.
"Verificamos discrepâncias consideráveis e constatamos que há necessidade de aprofundar a análise antes de votar o relatório [de impeachment]", disse o deputado Ronaldo Zulke (PT). Os parlamentares viajam a Santa Maria nesta quinta-feira (8) para tentar uma audiência com a juíza federal Simone Barbisan Fortes, responsável pela análise da ação do MPF.Agência Estado
A denúncia é baseada numa série de empenhos de pagamentos feitos pela Casa Civil, que discriminam as compras. Os dados foram repassados aos deputados da CPI da Corrupção no dia 14 de setembro por um servidor público, que não teve seu nome revelado. Os documentos mostram fotografias de telas de computador com detalhes dos gastos, como valor, estabelecimento comercial em que foi feita a compra, número da nota fiscal, data de pagamento e destino dos produtos.
Em pelo menos duas compras os parlamentares comprovaram que os dados são verdadeiros. Os deputados Paulo Borges (DEM) e Daniel Bordignon (PT) foram até uma loja de materiais de construção citada na denúncia e constataram que os dados empenhados pela Casa Civil se referiam à compra de 56 metros quadrados de piso emborrachado no valor de R$ 8 mil, entregues na rua Araruama, 806 - o endereço da governadora.
"O valor da compra e o número da nota fiscal era o mesmo do empenho. Trata-se de uma informação oficial, produzida pelo próprio governo", disse Borges. Segundo ele, os empenhos revelam detalhes de todas as compras, que somam R$ 100 mil. "A CPI tem a obrigação de aprovar requerimento para solicitar as notas fiscais à Casa Civil", disse.
Os documentos mostram também, segundo a presidente da CPI da Corrupção, Stella Farias (PT), a comprovação da compra de móveis infantis no valor de R$ 6.000. Os móveis teriam feito parte da decoração dos quartos utilizados pelos netos de Yeda Crusius. Se a Casa Civil não apresentar as notas fiscais, os deputados prometem checar cada um dos empenhos citados na documentação.
A denúncia ocorre um dia antes de a comissão especial que analisa o pedido de impeachment da governadora votar o relatório da deputada Zilá Breitenbach (PSDB). O relatório recomenda o arquivamento do pedido, feito pelo Fórum dos Servidores Públicos do Estado.
A CPI da Corrupção investiga o envolvimento de membros do governo em fraudes de cerca de R$ 44 milhões no Detran gaúcho. Stella Farias disse que os deputados farão diligências para saber se o material foi de fato entregue no endereço da governadora e se foi usado na reforma da casa.
A casa da rua Araruama foi comprada por Crusius em novembro de 2006, logo depois da campanha eleitoral. Denúncias nunca comprovadas indicam que o imóvel teria sido adquirido com recursos de sobra de campanha. O valor declarado da compra é de R$ 750 mil, mas deputados de oposição avaliam que o negócio valeria pelo menos o dobro.
"Estou chocado. É uma prova contundente e grave", disse o deputado Daniel Bordignon (PT), que apresentou parte dos documentos. "As notas fiscais comprovam que o dinheiro usado na reforma da casa [da governadora] era do povo gaúcho", acusou.
Em discurso à tarde, no lançamento do Fundo de Apoio Financeiro e de Recuperação dos Hospitais Privados (Funafir), a governadora disse que faz um governo de combate à corrupção. "Estamos combatendo num mercado de escândalos. Nosso governo é um governo que combate a corrupção pela eficiência. Não precisamos prender, arrebentar, nem gravar fitas", discursou. Até às 19h, a Casa Civil do governo não havia se manifestado sobre a denúncia.
Além das denúncias, deputados da oposição que integram a comissão especial para analisar a admissibilidade do pedido de impeachment da governadora revelaram discrepâncias entre a movimentação bancária e a declaração do imposto de renda de Crusius e de pessoas próximas a ela - denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) por crime de responsabilidade fiscal.
Os parlamentares analisaram, em sessão fechada, o material sob sigilo que embasa a ação de improbidade administrativa movida pelo MPF. Além de documentos bancários e fiscais, os deputados ouviram áudios que se estão sob segredo de Justiça na comarca de Santa Maria.
"Verificamos discrepâncias consideráveis e constatamos que há necessidade de aprofundar a análise antes de votar o relatório [de impeachment]", disse o deputado Ronaldo Zulke (PT). Os parlamentares viajam a Santa Maria nesta quinta-feira (8) para tentar uma audiência com a juíza federal Simone Barbisan Fortes, responsável pela análise da ação do MPF.Agência Estado
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