quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Yeda comprou móveis com dinheiro público

O deputados estaduais do Rio Grande do Sul Paulo Borges (DEM) e Daniel Bordignon (PT) realizaram diligência em uma empresa de material de construção e constataram que há uma nota fiscal de número 171329 de 11 de abril de 2007, em nome do gabinete da Casa Civil, para fornecer 70 m² de piso emborrachado na rua Araruama, 806, em Porto Alegre, endereço da governadora do Estado, Yeda Crusius (PSDB). Segundo o deputado Bordignon, entre compra de materiais e instalação, o piso custou R$ 7,996 mil.

Em 12 de setembro, a CPI da Corrupção recebeu, de servidores do gabinete militar da Casa Civil, a denúncia de compra de móveis infantis para os netos da governadora. De acordo com o deputado Bordignon, a mobília custou R$ 6 mil. A nota de empenho da compra não informa se os móveis adquiridos eram infantis.

A presidente da CPI, a deputada Stela Farias (PT) foi informada da diligência e afirmou que iria consultar os órgãos competentes para verificar se a denúncia das compras com dinheiro público procede.

O advogado da governadora, Fábio Medina Osório, disse que não há nenhuma irregularidade com a compra do material. Segundo ele, o procedimento, que ocorreu em 2007, foi aprovado pelo Tribunal de Contas do Estado.

De acordo com Osório, expor a compra foi uma atitude da presidente da CPI para causar danos à imagem da governadora. "O piso já foi objeto de indenizabilidade pela governadora", disse. Osório disse que os demais movéis, que são extensão da residência oficial da governadora, serão devolvidos no término do mandato.

Às 18h30, o deputado Bordignon aguardava para ter audiência com o chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, para ter acesso ao processo da compra dos movéis.

O caso
O governo de Yeda tem sido alvo de acusações da Operação Rodin, da Polícia Federal, que investigou o suposto esquema envolvendo fraudes em contratos de prestação de serviços da Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec) e Fundação para o Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura (Fundae) para o Detran, e que causou o desvio de aproximadamente R$ 44 milhões dos cofres públicos, segundo o Ministério Público.

A situação ficou mais complicada depois que a revista Veja divulgou gravações mostrando conversas entre Marcelo Cavalcante, ex-assessor da governadora e achado morto em Brasília em fevereiro deste ano, e o empresário Lair Ferst, um dos coordenadores da campanha de Yeda e réu na Operação Rodin. O áudio indicaria o uso de caixa dois na campanha de Yeda para o governo do Estado.

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou, no dia 5 de agosto, ação de improbidade administrativa contra a governadora e mais oito pessoas. Eles foram denunciados por enriquecimento ilícito e dano ao erário. Na ação, os procuradores pediram o afastamento temporário dos agentes públicos de seus cargos enquanto durar o processo. Mas a juíza Simone Barbisan Fortes negou o pedido de afastamento da governadora.

Além do processo na Justiça, Yeda enfrenta uma CPI instalada na Assembleia Legislativa do Estado para investigar as denúncias de corrupção e um processo de impeachment na Casa, movido por servidores públicos. Terra

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