segunda-feira, 19 de outubro de 2009

PAC vai garantir ampliação de 30% na capacidade de movimentação

Dois projetos para melhorar a infraestrutura operacional do porto gaúcho já estão em curso. Um deles é a dragagem do canal de acesso orçada em R$ 196 milhões, sendo 75% financiados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e 25% pelo Estado. Outro é o prolongamento dos molhes da barra, que vai exigir mais R$ 445 milhões do PAC. Segundo o ministro especial de Portos, Pedro Brito do Nascimento, só esses investimentos vão ampliar em cerca de 30% a capacidade de movimentação de cargas em Rio Grande.

Conforme o ministro, em novembro também será lançado o edital de licitação para as obras de modernização de 1,1 mil metros do cais público no porto, que vão exigir outros R$ 120 milhões do PAC para permitir a operação de navios e guindastes de maior porte. Ao mesmo tempo, o governo estadual planeja investir R$ 130 milhões para ampliar o calado navegável no local de 31 para 40 pés.

A dragagem do canal de acesso, a cargo do consórcio formado pela Odebrecht e pela belga Jan de Nul, começou em agosto e será concluída em dez meses. A obra vai aprofundar o canal interno (entre os molhes) de 14 para 16 metros, o que representa a ampliação do calado navegável de 40 para 46 pés, e permitirá o carregamento adicional de 12 mil toneladas (cada pé de calado representa 2 mil toneladas a mais) nos navios que chegam aos terminais privados, localizados antes do cais público, conforme a superintendência do porto.

Hoje, segundo a autarquia, esses navios operam com carga média de 60 mil toneladas. "Com a dragagem, Rio Grande se credencia para ser um "hub port" (porto concentrador) de cargas para o Brasil, Argentina e Uruguai", diz o diretor da Odebrecht Serviços de Engenharia, Mauro Darzé. No cais público, a dragagem prevista pelo Estado aumentará a capacidade de carga das embarcações de 40 mil para quase 60 mil toneladas.

O trabalho no acesso ao porto é pesado. A bordo da draga "Juan Sebastian de Elcano", o diretor comercial da Jan de Nul no Brasil, o holandês Marco Roks, diz que o aprofundamento compreende trecho de 25 quilômetros entre o canal interno e o externo - além dos molhes, onde a profundidade irá a 18 metros. Capaz de armazenar 16,5 mil metros cúbicos de sedimentos extraídos do fundo do mar por dois grandes aspiradores, a embarcação faz nove viagens por dia do ponto de escavação ao local onde o material é descarregado, a 20 quilômetros da costa.


A tripulação é formada por 33 pessoas que se revezam em três turnos durante 24 horas por dia, sete dias por semana. Os 15 brasileiros ficam três semanas a bordo e três em terra, enquanto 18 belgas, holandeses e croatas cumprem períodos de seis semanas na draga e o mesmo intervalo em seus países de origem. Para suportar o isolamento prolongado, dispõem de uma boa infraestrutura, com alojamentos individuais, academia de ginástica, restaurante e até um "pub" para descontrair.

Junto com a dragagem, o PAC está financiando o prolongamento dos molhes que funcionam como quebra-mar para proteção do canal de acesso. Realizada desde 2007 pelo consórcio CBPO Engenharia (subsidiária da Odebrecht), Pedrasul Construtora, Carioca Christiani-Nielsen Engenharia e Ivaí Engenharia, a obra ajudará a evitar o assoreamento do canal e deve ficar pronta em abril de 2010, diz Darzé, da Odebrecht. O braço oeste será ampliado em 700 metros, para 3,8 quilômetros, e o leste em 350 metros, para 4,55 quilômetros

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