sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Ele está chegando


PT paulista deu mais sinais ontem de que pode amortecer as resistências que ainda existem no partido em torno do apoio a uma eventual candidatura do deputado federal Ciro Gomes (PSB) ao governo do estado. De olho num cenário mais favorável à candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a cúpula nacional da legenda sonha em lançar Ciro como candidato no estado, com o apoio do PT local, deixando o caminho livre para Dilma se apresentar como a única candidata da base governista à sucessão presidencial.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse ontem que está disposto a apoiar um nome que não seja filiado ao PT para o governo de São Paulo caso essa seja a vontade da maioria dos filiados ao partido no estado. Em carta encaminhada ao presidente do diretório estadual do PT, Edinho Silva, Suplicy afirma que apoiará "com igual entusiasmo" - apesar de ser um dos pré-candidato petistas ao governo do estado.

"Desejo reafirmar minha disposição em apoiar o escolhido como candidato ao governo do estado de São Paulo por nosso partido. Também apoiarei, com igual entusiasmo, o candidato de partido aliado se for esse o resultado de uma consulta democrática junto aos nossos filiados", prometeu, no documento, Suplicy.

Além do senador, o PT discute a possibilidade de outros cinco petistas disputarem o governo estadual: a ex-prefeita Marta Suplicy, o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, o ministro da Educação, Fernando Haddad, o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia, e o prefeito de Osasco, Emidio de Souza.

O deputado Ciro Gomes transferiu o seu domicílio eleitoral para São Paulo, o que foi visto por aliados como uma sinalização de que o parlamentar poderia, eventualmente, desistir da corrida presidencial e se lançar candidato ao governo do estado. Oficialmente, Ciro mantém o discurso de que vai disputar a Presidência da República, mas nos bastidores o deputado já estaria negociando com o PT apoio ao seu nome para o governo de São Paulo, uma forma de deixar a ministra Dilma livre para disputar o Palácio do Planalto sem a sua concorrência direta.

A mudança de domicílio foi feita após pedido da direção nacional do PSB e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde então, Ciro tem recebido pedidos de setores do PT, principalmente daqueles mais ligados à estratégia nacional do partido, para abrir mão de enfrentar Dilma e sair candidato ao Palácio dos Bandeirantes

Segundo Suplicy, o candidato apoiado pelo PT ao governo de São Paulo deve ter como prioridade na sua plataforma de campanha ajudar Dilma a implantar um programa de renda básica de cidadania, bandeira histórico do senador.

Candidato único

Além de Suplicy, o deputado José Genoino (PT-SP) defendeu ontem a aliança em torno de um candidato único da base de apoio do presidente Lula na disputa pelo governo de São Paulo. Em artigo publicado no blog do ex-ministro José Dirceu, Genoino reiterou que essa estratégia deve ser usada para fortalecer a pré-candidatura de Dilma.

"O PT, com Lula e os aliados, tem condição para construir uma vitória estratégica de continuidade deste projeto. Por isto, a eleição de 2010 será plebiscitária. Devemos lutar para que nossa candidatura seja a única da base aliada", afirmou o deputado. No artigo, Genoino ressalta ainda que a "construção desta estratégia não é uma tarefa" apenas do Diretório Nacional. "Ela envolve também as dimensões estadual e municipal de direção, que devem atuar em total conformidade com a construção da vitória da Dilma".

No caso específico de São Paulo, Genoino menciona literalmente o nome de Ciro como um dos candidatos da base que o PT poderia apoiar numa corrida pelo governo estadual. "Além de debater internamente os nomes do PT, devemos também estar abertos para avaliar e apoiar nomes de outros partidos, como o de Ciro Gomes, para o governo do Estado", completou o petista.

Em seu artigo, Genoino diz ainda que o PT pode deixar a escolha de seu candidato ao governo estadual de São Paulo para março. "A definição do nosso candidato ao governo do estado não é combustível para mobilização e manutenção da ofensividade política do partido", conclui.

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