
Auxiliares do presidente disseram ao jornal Estado que Lina "amarelou" diante dos senadores. Antes de embarcar de volta do Rio para Brasília, na noite de ontem, Lula chegou a comentar com interlocutores que a ex-secretária da Receita recuou, pois não se lembrava nem mesmo a data do encontro no qual Dilma teria pedido a ela que "agilizasse" a investigação do Fisco nas empresas da família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Na segunda-feira, Lula desafiou Lina a "mostrar sua agenda" para provar que se reuniu com Dilma, pré-candidata do PT à Presidência, em 2010. A ex-secretária disse não ter conseguido achar a agenda.
Lina afirmou que pode ter tido "uma interpretação errada" quando entendeu o pedido para "agilizar" as investigações como sinônimo de "encerrar".
Contrariado com o líder do PT no Senado, Aloízio Mercadante (SP), por causa da insistência dele em desarquivar ao menos uma representação contra Sarney, Lula gostou do desempenho do petista durante o depoimento de Lina à CCJ. Mercadante foi ríspido no questionamento à ex-secretária da Receita e insinuou que ela teria informado o jornal Folha de S. Paulo sobre a suposta reunião com Dilma por não se conformar com sua demissão. "As afirmações de Lina não têm consistência", insistiu Mercadante.
"Como alguém tem encontro com a ministra e não sabe nem se foi antes ou depois do Dia de Nossa Senhora Aparecida, do Dia de Finados ou do Natal?", provocou o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP). O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), engrossou o coro contra Lina. "Ela recuou ao dizer que não recebeu pressão", disse Berzoini. Para o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), a ex-secretária da Receita foi "corajosa" ao confirmar o diálogo com Dilma. "Só um maluco pode imaginar que ela está mentindo", reagiu.
A oposição quer aproveitar o episódio para carimbar Dilma como "mentirosa" e não desistiu da acareação entre ela e Lina. "Uma ministra não pode chamar a secretária da Receita para fazer ponderações de interesse privado", disse Guerra. "Isso é grave e inaceitável."
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