quinta-feira, 20 de agosto de 2009

De mãe do PAC à mãe da casa própria


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Os pedidos de hoje são para uma matéria sobre a ministra Dilma, publicado no jornal Correio Braziliense

Análisem e comentem a matéria na íntegra

Marqueteiro de Lula quer imagem de Dilma associada ao programa de construção de moradias populares

O governo deflagrará uma ofensiva a fim de associar a imagem da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao programa Minha Casa, Minha Vida, cuja meta é construir um milhão de moradias populares. Destinada a dar fôlego à pré-candidatura presidencial da petista, a estratégia foi definida após a análise de uma pesquisa qualitativa coordenada pelo marqueteiro João Santana, que trabalhou na campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e hoje é colaborador de Dilma. O levantamento mostrou que parcela significativa da população não conhece ou tem uma vaga noção do que é o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), até agora o filho dileto da ministra.

Ressaltou ainda que o principal trunfo da chefe da Casa Civil é o fato de ser a escolhida de Lula, governante embalado por um nível recorde de aprovação popular. Diante dos resultados, o presidente e conselheiros de Dilma concluíram ser necessária a construção de uma imagem própria para a ministra. Depois da “mãe do PAC”, a meta é vesti-la com o figurino de “mãe do sonho da casa própria”, um bem de apelo popular maior do que, por exemplo, obras na área de infraestrutura. Não haverá campanha publicitária ligando a ministra ao programa Minha Casa, Minha Vida. A ideia é promover a associação por meio de discursos e eventos públicos.

A fim de facilitar a execução do plano, Lula e Dilma retomarão uma agenda de viagens. Para auxiliares de ambos, as inaugurações pelo país, apesar de não receberem tanta atenção da chamada grande imprensa, despertam o interesse da mídia local. Assim, ajudam a divulgar o nome da ministra fora dos principais centros urbanos, onde ela é mais conhecida. “A execução do Minha Casa, Minha Vida é de responsabilidade da Caixa Econômica Federal. A ministra deu uma enorme contribuição na concepção do programa. Todos os empresários sabem da importância dela. Isso ficará claro na campanha”, diz um dos ministros mais influentes do governo.

Agenda negativa
A construção de uma imagem positiva também tenta neutralizar a estratégia da oposição de criar, segundo governistas, dois estigmas negativos para Dilma. Um deles é de ser “desrespeitosa”(1) com subalternos. O outro é de uma presidenciável sem compromisso com a verdade. Na campanha presidencial, PSDB e DEM pretendem lançar mão, por exemplo, do depoimento da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, que acusa a ministra de lhe ter pedido para “agilizar” uma investigação tributária sobre a família Sarney.

Também serão relembradas as denúncias de intervenção indevida da chefe da Casa Civil no processo de venda da Varig para o fundo americano Matlin Patterson e de criação de um dossiê com gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, além de erros de informações(2) no currículo. Dilma nega as acusações. Hoje, está a palavra do acusador contra a do acusado. “A oposição não muda dessa tecla. O tempo todo tenta desqualificar a ministra”, declara o ministro. “Faz isso porque está sem discurso e não se sente em condições de discutir propostas para o país”, acrescenta.

Lançado em março, o Minha Casa, Minha Vida é um dos principais trunfos de Dilma, junto com o Bolsa Família. A oposição teme o apelo eleitoral do tema moradia. No fim do primeiro semestre, encomendou uma pesquisa a fim de detectar o humor da população com relação à iniciativa destinada a reduzir o déficit habitacional do país. O levantamento mostrou um elevado grau de aprovação. Esmiuçado, deu munição a tucanos e democratas para o embate. No caso, a insatisfação dos pesquisados com a possibilidade de as residências serem construídas na periferia dos centros urbanos. Segundo a direção do PSDB, a maioria não quer morar longe do coração dos municípios.

1- Mandona
Para o governo, a fama de durona de Dilma é uma qualidade. Na campanha, a ideia é vender a tese de uma pessoa zelosa, cumpridora de suas funções e em nada parecida com a morosidade dos serviços públicos. “Se a oposição insistir em chamá-la de durona por cobrar o cumprimento de metas e prazos, vai ajudá-la na eleição”, diz um petista graduado. Não é esse o quadro que a oposição pretende pintar. PSDB e DEM discursarão um tom acima, tachando-a de autoritária. E insinuarão que ela desanca subalternos em reuniões de trabalho, a ponto de levá-los a pedir demissão, como o então secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional, Luiz Eira.

2- Currículo
No mês passado, os tucanos festejaram a divulgação de que não era correto o currículo de Dilma divulgado na Plataforma Lattes e no site oficial da Casa Civil. A ministra admitiu, por exemplo, que não tem mestrado pela Unicamp e mandou corrigir os erros. O PT já está preparado para rebater o caso. Nesta semana, o líder da bancada no Senado, Aloizio Mercadante (SP), lembrou que currículos do governador de São Paulo, José Serra, também diziam que ele era formado em engenharia. Essa informação não procede

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