Petistas, tucanos, democratas e até malufistas se reuniram no Leopolldo Faria Lima, em SP, para a festa de 50 anos do cardiologista Roberto Kalil Filho, na noite de sexta. Na mesa que o presidente Lula e a primeira-dama, Marisa Letícia, ocupavam com o aniversariante, o governador José Serra (PSDB-SP) sentou-se ao lado da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Em outra, reservada em nome do tucano José Henrique Reis Lobo, secretário de Relações Institucionais de Serra, o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho -que definiu a festa como "bem ecumênica"- tinha a companhia do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), líder da oposição, e do deputado Paulo Maluf (PP-SP). "Ele é médico do Lula, mas vota em mim", brincava Maluf. Difícil: Maluf não enfrenta Lula numa eleição há 20 anos.
Eram cerca de 21h quando Kalil subiu para buscar o presidente, que chegou de helicóptero. No salão, Lula distribui cumprimentos e atende a pedidos de fotos. Diz numa roda que a situação econômica "vai melhorar ainda mais. Se a Lacta está vendendo Sonho de Valsa, é porque o país vai bem". A primeira-dama tira o sobretudo branco e circula com um vestido de renda dourado, da estilista Fafá Oliveira. Um colar com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, abençoada pelo papa Bento 16 em sua visita ao Brasil, em 2007, se destaca na produção.
O presidente ocupa sua mesa, que passa a ser alvo de uma "romaria": Heráclito, Maluf, o médico Miguel Srougi, a publicitária Bia Aydar, o casal Marcus Buaiz e Wanessa (ex-Camargo). O humorista Tom Cavalcante e a mulher, Patrícia, sentam-se ao lado do presidente e do ministro da Saúde, José Gomes Temporão. "Precisamos marcar de comer uns caranguejos", diz Lula a Tom, que pede: "Temos que importar o Ciro Gomes aqui para São Paulo." "Vamos trazê-lo, sim", diz Lula.
Em uma mesa de frente para a de Lula, dois lugares, marcados com o cartão "Reservado - Presidência da República", são ocupados pela segurança. "Aqui tenho um bom visual", diz um dos policiais, enquanto discute a logística do dia seguinte. "Preciso de três carros às 7h30, para o Sírio-Libanês [onde Lula visitaria o vice, José Alencar], com motoristas que saibam andar em São Paulo. O reforço da dama fica em São Bernardo."
Lula e Marisa saem antes do parabéns, enquanto a maioria dos convidados ainda degusta o prato principal, filé mignon grelhado com batata ao queijo gruyère, endívias, aspargos e redução de xerez e funghi.
A ministra Dilma Rousseff fica até a hora do bolo. "Vamos mandar um caixa de docinhos para você", diz a endocrinologista Claudia Cozer, mulher de Kalil. "Não mande, não. Se eu vir um, como sem parar", brinca Dilma. "Seu médico está chegando aí, vamos ver com ele", diz Claudia, apontando o oncologista Paulo Hoff. "Não, porque ele vai deixar!", responde a ministra.
À coluna, Dilma fala sobre seus próximos compromissos em São Paulo: visita a "uma feira de agricultura orgânica e a entrega dos trens que o governador Arruda [do DF] comprou da Mafersa. Nós estamos dando o dinheiro para o metrô de lá." Ela passará a ficar na capital paulista nos finais de semana. Às segundas, depois das sessões de radioterapia, irá a Brasília, voltando a São Paulo na quinta. "Vou ficar com algumas agendas do presidente por aqui e faremos outras, conjuntas, no meio do caminho." Na hora do parabéns, uma grande fila se forma em torno de Kalil. Ao som de "Emoções", ele é parabenizado por amigos. A ministra Dilma, emocionada, dá no médico um dos abraços mais apertados da noite.(Mônica Bergamo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Nota do moderador: Comentários preconceituosos, racistas e homofóbicos, assim como manifestações de intolerância religiosa, xingamentos, ofensas entre leitores, contra o blogueiro e a publicação não serão reproduzidos. Não é permitido postar vídeos e links. Os textos devem ter relação com o tema do post. Não serão publicados textos escritos inteiramente em letras maiúsculas. Os comentários reproduzidos não refletem a linha editorial do blog