Silenciosamente, agindo como covardes na calada da noite, a oposição do governo Lula na Câmara dos Deputados, armou mais uma outra CPI. Como não há nada para ser investigado, a oposição pretende usar a nova CPI para atingir em cheio a ministra Dilma Rousseff, candidata do Presidente em 2010.
Desta vez, o foco estará sobre o setor de energia: a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Ministério de Minas e Energia, área que Dilma controlou até 2005 e onde tem influência até hoje. Chamada de CPI da Conta de Luz, a comissão instalada ontem será comandado pelo deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), um aliado do Planalto.
O que mais preocupa o governo não é o fato de um integrante da sua base ter articulado uma CPI, mas o nome escolhido para a relatoria: Alexandre Santos (PMDB-RJ), do grupo de parlamentares coordenado pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cunha é temido pelos governistas porque ao relatar o imposto do cheque na Comissão de Constituição e Justiça foi acusado de demorar a apresentar o parecer para nomear apadrinhados para o setor elétrico. Além disso, é conhecido por arquitetar formas de pressionar o Executivo e pela influência que exerce nos integrantes da bancada do Rio.
Os interesses são nomeações e cargos influencie? Por isso, governista tentou uma ofensiva de última hora para abortar a instalação da comissão. Não obteve sucesso, mas conseguiu um acordo informal. Ao responder às pressões da cúpula do Planalto para desistir da ideia, Eduardo da Fonte prometeu evitar debates sobre as questões referentes às matrizes energéticas e garantiu conduzir as investigações para o setor de distribuição, que possui uma ligação mais indireta com o governo e abre a possibilidade de culpar consórcios e empresas por possíveis irregularidades. "Sou da base. Desistir da comissão não é possível porque desde 2007 trabalho para isso. No entanto, expliquei ao governo que a intenção será apenas investigar os contratos e as regras referentes à distribuição de energia. Vamos ser conscientes", comenta Fonte.
A insistência do pernambucano em instalar a CPI se deve também a interesses eleitorais. Para ganhar apoio e projeção em seu estado, onde há diversos processos judiciais contra as tarifas de energia, Fonte já espalhou outdoors prometendo reduzir os valores cobrados.
O alvo da CPI que abre a temporada pré-eleitoral será um prato cheio para a oposição: estará exposto justamente o setor elétrico, que até junho de 2005 era comandando pela pré-candidata do PT à sucessão de Lula, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Ela foi ministra de Minas e Energia de 2003 a junho de 2005, quando foi transferida para a Casa Civil.
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