A Bayer está vendo o Brasil como uma grande oportunidade para crescimento - de novo. Depois de décadas colocando o país numa posição secundária nos seus negócios globais, o grupo alemão ressalta que o Brasil voltou a ganhar mais status nos seus planos de crescimento.
"A América Latina é uma das regiões com grande futuro e o Brasil é um dos países chaves desta estratégia", disse Richard Pott, um dos quatro integrantes do conselho de administração do grupo alemão, que atua nos setores agrícola, saúde e químico e faturou € 32 bilhões no ano passado. Ele é responsável pelos negócios da Bayer nas Américas, África e Oriente Médio.
Numa rápida passagem por São Paulo para reinauguração da sede do grupo, na última sexta-feira, Pott disse que a centenária Bayer teve um destacado papel até os anos 70 no Brasil, mas tirou o pé do acelerador durante as décadas de 1980/1990. "Não fomos embora como outras companhias, mas tivemos atividades menos intensas."
Agora, avalia Pott, a aposta é tornar o Brasil como plataforma global para determinadas atividades do grupo. No início do ano, a Bayer anunciou investimentos de R$ 140 milhões para 2009. O valor engloba a instalação de um centro de farmacovigilância para atender todos os países das Américas - incluindo os EUA.
"É a primeira vez que o Brasil terá uma base global para atender o grupo", disse Horstfried Läpple, presidente e porta-voz da Bayer no Brasil. O centro supervisionará as informações científicas dos medicamentos, empregando uma centena de profissionais até o fim do ano. Segundo Pott, outros projetos desta envergadura deverão vir ao Brasil. Mas ele não revela quais.
A Bayer faturou R$ 3,7 bilhões em 2008, um crescimento de 21% sobre o ano anterior. Com a compra da Schering, a empresa passou a ter três fábricas no país, incluindo a unidade que exporta medicamentos anticoncepcionais para América Latina e Ásia.
A sede administrativa da Bayer no Brasil, localizada no bairro de Socorro, na zona sul de São Paulo, foi reformada para acomodar 400 funcionários englobando todos os seus negócios - a Bayer HealthCare, CropScience e MaterialScience. Uma parte dos empregados é oriunda da Schering.
Richard Pott não vê sinais de recuperação da economia global. "Achou-se o chão, não deve cair mais, mas não tenho a resposta sobre quando ocorrerá a recuperação", disse. Mas ressaltou que a crise não é tão severa em países, como o Brasil e a China, onde se espera um crescimento econômico.
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