Os comerciantes da rua Amaral Gurgel, no centro da capital paulista, estão pagando seguranças particulares para expulsar os moradores de rua que dormiam sob o Minhocão. A prefeitura de Kassab, a Polícia Militar e a Polícia Civil do governador José Serra, não dizem se sabiam ou não da remoção.
Mas saber ou não saber é o de menos. Mora gente ali há uns 30 anos. Qualquer um que passa na região percebe. A prefeitura diz que o caso é de "segurança pública" --o caso dos moradores de rua, não o dos seguranças particulares, que ficam ali mais para intimidar. A Polícia Militar diz que é uma questão social.
São Paulo tem cerca de 16 mil moradores de rua e 8.000 vagas em albergues. Mesmo que quisesse sair da rua, metade dessas pessoas não teria para onde ir. Não dá para tratar um problema de moradia e acesso a itens básicos para viver apenas como questão de segurança pública.
Por outro lado, os lojistas argumentam que a prefeitura só enxugou gelo quando retirou moradores da chamada cracolândia: parte deles acabou indo parar debaixo do Minhocão. E dizem que cresceu também a criminalidade na área.
Ninguém deve sair por aí de porrete na mão para fazer justiça. Mas a associação de comerciantes do bairro não está totalmente errada quando toma uma atitude para evitar que a situação piore.
Então, ficamos assim: a polícia cuida de policiar a área e de garantir a tranquilidade. A prefeitura se empenha para tirar as pessoas dali e encaminhar para lugares adequados. Se cada um fizer a sua parte, a situação vai ficar melhor para todos.
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