quinta-feira, 9 de abril de 2009

Serra supera Maluf: política cultural é mandar dólares para a Suíça

No momento em que governador tucano José Serra (PSDB/SP) foi à Suíça "verificar projeto de arquitetura", é oportuno abordar o tema.

José Serra resolveu gastar R$ 300 milhões (orçamento inicial, antes dos tradicionais aditivos), numa sede faraônica da São Paulo Companhia de Dança.

Já é questionável a construção de uma sede faraônica destas, diante do quadro de carências da população paulista que exige outras prioridades, e quando todos sabem que a Companhia de Dança poderia ocupar algum outro excelente espaço em edifícios públicos já existentes.

Mas o caso é bem pior.

Se há coisa que não falta notório saber no Brasil, é arquitetura, de amplo reconhecimento internacional, uma vez que já construiu até Brasília.

No entanto, Serra, contratou SEM LICITAÇÃO um famoso escritório suíço, Herzog & De Meuron Architekten AG, para fazer tal projeto, escolhido à dedo ("notório saber").

O badalado escritório suíço, já venceu Prêmio Pritzker de arquitetura (o mais prestigiado do mundo na área). Porém, dois brasileiros, Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha, também já ganharam o Pritzker.

O Instituto Brasileiro de Arquitetos do Brasil (IAB) protestou e pediu explicações sobre o processo de escolha dos suíços. Reclamou da falta de transparência, e a exclusão dos arquitetos brasileiros do processo de seleção do projeto.

Quando Maluf era governador em 1982, e Reynaldo de Barros era prefeito de São Paulo, nomeado por Maluf, construíram o Centro Cultural Vergueiro, um projeto de arquitetos brasileiros, Eurico Prado Lopes e Luiz Telles, que venceram em CONCORRÊNCIA PÚBLICA.

Assim, José Serra consegue aquilo que acreditávamos impossível: superar Maluf!

REMESSA DE DINHEIRO E GERAÇÃO DE EMPREGOS NA SUÍÇA

José Serra (PSDB/SP) imita César Maia (DEMos/RJ) - um entusiasta da candidatura de Serra.

César Maia (DEMos/RJ), quando prefeito do Rio, construiu uma faraônica Cidade da Música, ainda inacabada, que já produziu um rombo de quase meio bilhão de reais dos cofres da prefeitura carioca.

César Maia também contratou um escritório de arquitetura francês para fazer o projeto, retirando dinheiro, renda e empregos de escritórios de arquitetura brasileiros e remetendo-os para a França.

Pois agora digo e reafirmo com todas as letras: caso César Maia ou algum de seus parentes apareça com uma escritura de um apartamento em Paris, fica moralmente obrigado a quebrar seu sigilo bancário e fiscal para provar que a compra não é decorrente desse contrato indecoroso com a cultura nacional e com empregos brasileiros.

Pois José Serra faz o mesmo.

Ao contratar um escritório suíço, não está apenas sabotando a cultura e arquitetura brasileira, quando escolhe a dedo, SEM LICITAÇÃO, um escritório estrangeiro.

Está gerando emprego e renda lá fora, evadindo divisas, e com dinheiro público, do contribuinte paulista.

Sabe-se lá com que intenções... ou melhor, sabe-se muito bem com que intenções se envia dinheiro para a Suíça.

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