quinta-feira, 23 de abril de 2009

Presidente do Banco Mundial elogia o Bolsa-Família no País


O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, elogiou em discurso nesta quinta-feira, 23, o Bolsa-Família, implantado no Brasil, citando o programa como um dos exemplos de projetos de transferência de renda para suporte e segurança social. O México também foi lembrado por seus programas. Ele disse que este tipo de programa, com destinação de recursos equivalente a "menos de 1,5% ou 1% do PIB" do país em que é implementado, "mostra que se pode fazer verdadeira diferença com programas modestos".

Zoellick disse ainda que o Banco Mundial irá ampliar financiamento para o Brasil, mas não citou valores específicos que serão direcionados ao País. O chefe do Bird afirmou que a América Latina como um todo deve receber US$ 35 bilhões ao longo de dois anos.

Zoellick reconheceu que o Brasil começou a crise "em posição melhor, pois nos últimos 10 anos fez muito para desenvolver reservas internacionais, melhorou produtividade, tem o tipo de programa que mencionei (social), mas inevitavelmente será também atingido pela crise mundial". O País, continuou o executivo, "tem a vantagem de ter uma economia de dimensão continental, então pode depender mais da demanda doméstica".

No entanto, Zoellick observou que, mesmo com a população crescente de renda média, ainda há "muitas pessoas pobres. E, muito destes pobres, têm muito pouco ou nenhum amortecedor (proteção contra a crise)". Ele comparou os efeitos da crise nos países desenvolvidos, citando que nestas economias a população perde casas e carros.

Quando o choque atinge as economias em desenvolvimento, "não há lugar para se ir, não tem comida, não tem proteção. Então este é um exemplo de onde precisamos trabalhar com as autoridades brasileiras", afirmou. Segundo o presidente do Banco Mundial, o País "tem boas estruturas em ação, mas precisa assegurar que haja o recurso necessário".

Protecionismo

Zoellick expressou preocupação com a contínua aplicação de medidas restritivas aos fluxos do comércio pelos países do G-20, apesar das promessas que fizeram de evitar políticas protecionistas. Desde o encontro do G-20 de 2 de abril, nove países já tomaram ou consideraram 23 medidas restritivas, disse em entrevista concedida em Washington, antes dos encontros de primavera do FMI neste fim de semana.

"Com o aprofundamento da recessão, os governos serão pressionados a proteger os mercados domésticos", disse Zoellick. "Tais retrocessos tornarão a crise econômica pior".

Ele também pediu aos líderes globais que ofereçam recursos adicionais para que os países em desenvolvimento possam enfrentar os problemas mais amplos causados pela crise financeira, incluindo apoio às redes de segurança social. Agência Estado

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