Dias antes de receber um manifesto de dirigentes da corrente "Construindo Um Novo Brasil" pedindo que dispute a eleição para o comando do PT, em novembro, o chefe de gabinete do Presidente Lula, Gilberto Carvalho, decidiu se antecipar e afirmou que não deverá entrar no páreo. Ao chegar na noite da última terça-feira, 14, para uma reunião da bancada do PT na Câmara com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, Carvalho contou que em duas conversas com Lula, na quinta-feira e no domingo, o presidente disse preferir sua permanência no governo.
Conversamos e o presidente acha que devo continuar no governo. Não tenho nem motivo para discutir", argumentou Carvalho. "Fico feliz com o carinho dos companheiros, mas não devo ter condições de ir (para a disputa). Acho que não." A declaração de Carvalho contrasta, porém, com comentários reservados feitos por Lula diante de parlamentares do PT, também na semana passada. "É, Gilberto, a pressão está grande para você sair", afirmou o presidente, em conversa com o chefe de gabinete.
O líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), disse que até a próxima semana entregará a Carvalho um abaixo-assinado, subscrito por parlamentares e dirigentes do partido, pedindo a ele que assuma a candidatura. A decisão, no entanto, depende de Lula, já que Carvalho é seu braço direito no Palácio do Planalto. A eleição para renovar a direção do PT está marcada para novembro e é considerada estratégica para o projeto de poder petista. Motivo: o novo presidente do partido, que substituirá o deputado Ricardo Berzoini (SP), vai comandar a campanha de Dilma à sucessão de Lula, em 2010.
Será a primeira vez que o PT entrará na corrida presidencial sem Lula na chapa. A disputa interna divide as correntes petistas que querem ganhar mais espaço no partido e assento na campanha de Dilma. Convidada pela bancada de deputados federais para falar sobre o cenário político e a crise econômica, na sede do PT, Dilma recebeu apoio dos colegas, que manifestaram interesse em preparar sua visita aos Estados para se aproximar de governadores de partidos da base aliada.
Até agora, apenas o grupo "Mensagem ao Partido", do ministro da Justiça, Tarso Genro, lançou candidato à presidência do PT: o deputado José Eduardo Martins Cardozo (SP), atual secretário-geral do partido. Cardozo, no entanto, admite abrir mão da candidatura se Carvalho entrar na disputa. Já a facção Articulação de Esquerda promete concorrer ao comando do PT com a deputada Iriny Lopes (ES) e não pretende desistir da briga, ainda que seja para marcar posição.
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