A ministra Dilma Rousseff, em exame de rotina, descobriu um pequeno caroço.
Esse caroço foi extirpado em procedimento ambulatorial, sem necessidade de cirurgia complexa, por ser na axila, sem envolver outros órgãos internos.
Exames complementares não encontraram nenhum outro tumor.
O tecido retirado foi levado para exames, e o resultado da biópsia, conhecido durante esta semana, indicou ser cancerígeno.
Daí a recomendação médica para o tratamento de quimioterapia a que está se submetendo para prevenir que não tenha novos tumores no futuro.
Médicos explicam que as possibilidades de cura são as melhores possíveis, de 90%, dado o diagnóstico precoce.
Certamente muita gente conhece pessoas que já passaram por tratamento de câncer e estão curadas há mais de 10, 20 anos. Para citar alguns casos famosos que expuseram sua doença ao público, há o caso de Patrícia Pillar, da CANSADA Ana Maria Braga (arghh!!), que estão curadas e em plena atividade, como se nada tivesse acontecido.
DESFAZENDO AS ESPECULAÇÕES:
O risco da ministra é muito baixo, pois seu nódulo foi identificado e extirpado na fase mais inicial possível.
O tratamento atual deve prevenir o reaparecimento de outros nódulos.
A ministra continuará fazendo exames de acompanhamento preventivo.
Ainda que aparececessem novos nódulos no futuro, enquanto forem identificados e extirpados precocemente, sem atingir um ponto vital, o quadro de saúde se manteria controlado durante muitos anos, sem comprometer a atividade da ministra.
Há pessoas dizendo que a ministra estaria negligenciando seu tratamento, ao não afastar-se do trabalho. Mas Dilma segue ordens médicas. Desde que ela cumpra o tratamento, se os médicos não contra-indicam, não há empecilho em realizar seu trabalho, que ela tanto gosta, a não ser que ela não se sinta bem.
CONSEQUÊNCIAS POLÍTICAS
É claro que nenhum de nós queremos que a ministra sacrifique sua saúde, ou coloque a vida em risco, para atender nosso desejo de vê-la presidente. Não há dúvida que se a situação fosse de escolher entre uma coisa e outra, é claro que todos nós iríamos preferir que Dilma cuidasse da saúde primeiro, levasse o tempo que fosse necessário para se restabelecer, e depois voltasse a luta, inteira e renovada, mesmo que fosse depois das eleições de 2010.
Mas o quadro que se apresenta é outro. Dilma deverá passar por este tratamento por alguns meses, nem deverá precisar se afastar do trabalho na Casa Civil, e logo, logo, essa doença e esse tratamento deverá ser coisa do passado.
Se a ministra não fosse uma pessoa que estivesse em tamanha evidência, o fato nem despertaria interesse na mídia, como centenas de tratamentos semelhantes a que se submetem outros políticos.
Este ano, ela continua tocando o PAC, contornando os efeitos da crise internacional, fazendo políticas para gerar empregos e políticas sociais.
No ano que vem, ela será candidata. A ministra vai ser avó em breve, quer ver sua família crescer, e não estaria colocando sua saúde em risco. Ela também jamais colocaria em risco o projeto nacional de dar continuidade ao trabalho de Lula, se não se sentisse apta para isso.
Então se ela está seguindo a sua agenda de trabalho é porque ela pode.
Da mesma forma o presidente Lula continuará dando pleno apoio à Dilma, e só mudaria de opinião, se isso colocasse a saúde da ministra em risco.
As especulações políticas serão inevitáveis. Os urubus, do PIG e da oposição, que sempre tentaram tirar Dilma do caminho de Serra, tentarão usar o fato para colocar em dúvida a capacidade plena de governar.
Não conseguirão. Quem tenta tirar vantagens em cima de problemas de saúde dos outros, principalmente quando superáveis ou controláveis, querendo tratar pessoas curadas como inválidas, é preconceituoso e age de má-fé.
O Brasil que já elegeu Lula duas vezes repudia preconceitos, seja contra portadores de deficência, seja contra soro-positivos, seja contra idosos, mulheres, homossexuais, negros, índios, pobres, ex-viciados, seja contra quem não teve oportunidade de estudo quando jovem (como o próprio Presidente), seja contra quem se tratou ou se trata de câncer ou outra doença qualquer.
Qualquer brasileiro sabe que ele mesmo ou algum amigo, ou gente da família, pode passar por isso, e não acharia justo sofrer discriminação em seu trabalho, como se não pudesse mais desempenhá-lo, quando todos os médicos dizem que pode e a própria pessoa se sente apta.
Até crianças superam câncer infantil, e seria absurdo, aceitar que ficassem estigmatizadas para exercer trabalhos ao se tornarem adultos, por mero preconceito.
Câncer, identificado no início, como o Dilma, tem cura, e não atrapalha a trabalhar nem a governar.
Preconceito contra pessoas que se trataram ou se trata de câncer, é que é uma praga difícil de curar. E o que atrapalha a governar é preconceito.
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