Em entrevista a revista, Dilma fala da ditadura, e defende a distribuição de renda

Em entrevista a revista, Dilma fala da ditadura, e defende a distribuição de renda.
BRASÍLIA - A chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, defendeu a legalização do aborto e deu pistas de como poderá agir se suceder o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir de 2011.
- Tenho um imenso orgulho de fazer parte de um governo que mostrou que é possível crescer e distribuir renda ao mesmo tempo - afirmou a ministra em entrevista à revista feminina "Marie Claire", que será publicada neste fim de semana.
" Fui batizada na Igreja Católica, mas não pratico. Mas, olha, balançou o avião, a gente faz uma rezinha "
Desde que foi apontada por Lula como a sua preferida para disputar a eleição presidencial de 2010 pelo PT, a ministra tem se esforçado para se aproximar do eleitorado.Sob crescentes ataques da oposição, Dilma ressaltou que, com o tempo, aprendeu a resistir às turbulências políticas. A ministra revelou que, além de ter o apoio do presidente e de colegas de ministérios, consegue se fortalecer quando tem a sensação de que as acusações são injustas.
- É preciso se lembrar de ter um distanciamento e entender que isso faz parte do jogo político -disse ela, responsável pela gestão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). - Tem um lado disso que é espuma, que vai embora.
A ministra relembrou sua atuação no período do regime militar, que durou de 1964 a 1985.
" Tomei choques em várias partes do corpo, inclusive nos bicos dos seios. Tive até hemorragia. Depois de apanhar, era jogada nua em um banheiro, suja de urina e fezes "
- Foi nesse período que ganhei minha sensibilidade social, a noção de que era impossível o país viver com tanta miséria - comentou.