O Presidente Lula, disse nesta terça-feira, em Brasília que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é a segurança que o Brasil tem contra a crise e que não irá reduzir nenhuma obra do programa.
"Nós cortaremos o batom da dona Dilma (Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil), o meu corte de unha, mas não cortaremos obra do PAC, seja ela do tamanho que for", afirmou Lula.
O discurso aconteceu durante a abertura do encontro de novos prefeitos.
O Presidente também criticou as insinuações de que o investimento anunciado seja resultado de uma articulação do governo em torno de um eventual projeto eleitoral da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Segundo o Presidente, são "pequenas" as pessoas que relacionam o anúncio de medidas a um projeto de sucessão presidencial.
"Fiquei triste porque ainda tem gente que acha que povo é marionete, que acha que o povo é vaca de presépio. Acabou o tempo em que alguém achava que podia interferir na eleição porque era formador de opinião pública", criticou ao comentar a postura da imprensa.
"Não é possível que a gente possa se calar diante da ofensa. São pessoas pequenas", disse, lembrando que o anúncio de parcelamento de R$ 14 bilhões em dívidas dos municípios com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), por exemplo, foi interpretado como "ajuda a bandidos". "Como é fácil julgar as pessoas, como é fácil condenar as pessoas sem saber sequer o que as pessoas vão fazer (com o dinheiro). (Vocês, prefeitos) Não são os ladrões que escrevem que vocês são", argumentou, lembrando que o resultado de todas as medidas de ajuda aos municípios foi tomado após intensas rodadas de reuniões.
"Não posso permitir insinuações grotescas em uma reunião que tem um patamar definitivo para as relações entre os entes federados. Posso perder a minha postura, mas não perco a minha vergonha. Fui eleito porque suei cada gota de suor, cada gota de lágrima desse País para enfrentar o preconceito", declarou o presidente em tom exaltado.
Ao comentar os novos desafios dos gestores eleitos e reeleitos, Lula cobrou uma "nova linhagem no comportamento dos prefeitos" com o objetivo de formar um pacto em torno de políticas sociais e da extinção de atrasos históricos, como altos índices de analfabetismo e grandes taxas de sub-registros civis.
"Que nenhum governador que venha depois de nós tenha coragem de desmontar essa relação sadia e tão forte que construímos. Vamos criar as condições para que um prefeito no seu gabinete possa através da internet acessar qualquer programa sem precisar tomar dinheiro emprestado para vir em Brasília, (sem precisar) ficar batendo e porta em porta para ser atendido por uma pessoa de terceiro ou de quarto escalão. É importante a gente valorizar e pactuar", afirmou o Presidente Lula (Terra)
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