sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Ilha dá adeus ao apagão com obras do PAC


O Presidente Lula inaugura hoje, em Florianópolis, um conjunto de obras orçadas em R$ 172 milhões que dobram a capacidade de atendimento ao consumo de energia e deixa a cidade livre da ocorrência de apagões. Boa parte do investimento (R$ 140 milhões) foi do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. "O novo sistema eletroenergético da Ilha-Continente também marca a entrada da capital catarinense no Sistema Interligado Nacional (SIN), o que vai garantir mais confiabilidade e disponibilidade para a região"disse o diretor de Operações da Eletrosul Centrais Elétricas, Antonio Waldir Vituri.

Concluído em dezembro, o sistema foi energizado na véspera do Natal do ano passado e Florianópolis teve o primeiro Réveillon dos últimos anos sem cortes de energias. Em datas de maior fluxo turístico, como fim do ano e Carnaval, a Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) executava cortes de energia em bairros menos populosos. Vituri afirma que o Reveillon é o período de maior pico de consumo, chegando a 150 MW.

Antes dos novos investimentos, a única linha de alimentação à Ilha passava pela ponte Colombo Salles e tinha capacidade para suportar apenas 140 MW. Com a entrada em operação de uma segunda linha de 150 MW, a capacidade elevou-se a 290 MW. "O cabo submarino e a linha de transmissão têm capacidade de 300 MW. Significa que, quando precisar de mais carga, daqui a seis ou sete anos, há a possibilidade de colocar em operação mais um transformador", diz Vituri.

Com os recursos, a Eletrosul ampliou da subestação Palhoça (já existente) e construiu em Florianópolis duas subestações (Biguaçu, no município de mesmo nome, e Desterro, na Ilha, além das linhas de transmissão Biguaçu/Palhoça, a Biguaçu/Desterro, incluindo 4,4 quilômetros de cabos submarinos. A instalação deste cabo, entre a parte insular de Florianópolis e o continente, na tensão de 230 kV e com capacidade de 300 MVA de potência, é inédita no País e demorou sete meses para ser concluída. Durante todo o período da obra foram gerados 1.500 empregos diretos e indiretos. É o maior projeto inaugurado da Eletrosul, embora a estatal esteja envolvida na construção de grande hidrelétricas.

O fechamento de uma espécie de "anel elétrico" da rede de distribuição vai ocorrer ainda este ano, quando a Celesc concluir as obras da subestação Agronômica que será interligada às subestações Trindade e Ilha Centro por meio de duas linhas de transmissão subterrâneas, de 138 KV cada uma, reduzindo significativamente a vulnerabilidade do sistema.

À espera de licenças

Antes de começar, em 2008, o projeto do sistema de atendimento eletroenergético ficou parado dois anos. A obra foi autorizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2005, mas só em 2007 é que foram concedidas as licenças ambientais. O cabo submarino foi feito sob encomenda, sem emendas e fornecidos pela Pirelli, na Itália. Cada fase pesa 160 toneladas (são três fases). Para serem colocados no fundo do mar, precisaram de apoio de navios menores e mergulhadores. Vituri conta que um sulco foi aberto e os cabos foram instalados a 80 centímetros do fundo do mar. "Nos pontos mais fundos, foi necessário fixá-los com uma camada de concreto", diz.

O transporte dos cabos exigiu uma megaoperação, já que chegaram de helicópteros, porque órgãos ambientais não permitiram a abertura de uma trilha pela mata para transportar material, torres e cabos.

Vituri acredita que a ida do Presidente Lula a Florianópolis tem um objetivo político, no sentido de mostrar que o País, apesar da crise internacional, está tocando suas obras de infraestrutura. Também irão participar da inauguração oficial das obras a ministra chefe da Casa Civil e também gerente do PAC, Dilma Roussef, e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

No ano passado, a receita de transmissão da Eletrosul, de R$ 700 milhões, ficou dentro do previsto e um pouco acima da registrada em 2007. "Do ponto de vista financeiro, a crise não teve impacto", afirma Vituri. Segundo o diretor da Eletrosul, as receitas de transmissão não são afetadas pelo volume de energia que passa na linha, uma vez que a forma de remuneração é um valor fixado pela Aneel. "Para se ter ideia, no dia 10 de fevereiro registramos um recorde histórico de consumo de energia na região Sul, de 9 mil MW", destaca Vituru.(Release de notícias PAC)

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