quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Embraer diz não ter como evitar demissões e só volta a contratar em três anos

O presidente da Embraer, Frederico Curado, disse hoje (25) ao presidente Lula que não tem como recontratar os 4,2 mil funcionários demitidos na semana passada, a curto prazo.

Questionado pelo presidente Lula, Curado disse:

"Só poderíamos voltar atrás [nas demissões] se houvesse uma retomada das encomendas, o que não está previsto em curto prazo".

"As encomendas e o nível de produção, queda de 30%, vão demorar dois, três anos para serem recuperados"

"O problema não está na empresa e não está no Brasil. Está fora do Brasil, de onde nós temos mais de 90 por cento da nossa receita"

Os problemas da empresa são:
- queda de 30% na produção por causa da crise financeira mundial;
- 90% dos aviões da empresa vão para os países desenvolvidos, mais atingidos pela atual crise.
- cancelamentos de encomendas e adiamento de entregas previstas para 2011 e 2012;
- a empresa vem enfrentando dificuldades desde julho do ano passado;

Questionado porque a empresa não optou por férias coletivas, Curado respondeu que esse tipo de dispensa temporária só é válida quando há previsão de melhora em curto prazo o que, segundo ele, não é o cenário que a Embraer vislumbra. "A empresa não foi intempestiva, inconseqüente, irresponsável. Está há meses tentando se sustentar", afirmou.

O presidente da Embraer disse que, em 2001, a produção caiu devido aos ataques terroristas nos Estados Unidos, obrigando a dispensa de 15% do pessoal [agora são 20%]. Mas garantiu que "tão logo as encomendas voltem a se confirmar, temos interesse em contratar as pessoas", disse.

Também disse que estudará o apelo do presidente Lula para que a empresa aumente o auxílio oferecido aos demitidos. Frederico Curado já se comprometeu a manter benefícios como o seguro médico dos demitidos e de suas famílias por um ano.

Também disse que não pretende despedir mais funcionários.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, explicou que os empréstimos do BNDES que beneficiam a Embraer são feitos diretamente às empresas que compram os aviões da Embraer.

Logo, se a Embraer não vende, não é beneficiada com novos empréstimos do BNDES.

Fontes: Reuters e Agência Brasil aqui e aqui

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