quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Dilma reforça PAC para mirigar a crise mundial


A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou ontem que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) será mantido e reforçado, apesar das turbulências na economia mundial. Ela disse que os recursos previstos no orçamento do PAC terão aumento de 26%, para R$ 636,3 bilhões, que serão aplicados até 2010.

Segundo a ministra, os maiores aportes serão feitos nos setores de petróleo, gás, ferrovias e eletricidade. De acordo com Dilma, boa parte dos investimentos previstos para o segmento de petróleo será focada na área do pré-sal. "O Brasil passará a ser exportador de petróleo (com o pré-sal). A economia mundial voltará a crescer e precisaremos da riqueza real, que é o petróleo", comentou.

Dilma voltou a afirmar que os investimentos no PAC são prioridade para enfrentar a crise financeira. "A situação não é de corte de investimentos, e sim de custeio", justificou.

Os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) terão um aumento de 26%, com aporte de R$ 132,2 bilhões a mais até 2010. Em janeiro de 2007, o governo anunciou que o programa iria precisar de R$ 503,9 bilhões, com o aumento esse valor irá subir para R$ 636,2 bilhões. O anúncio foi feito ontem pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, durante audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

Além dessa injeção de recursos, A ministra anunciou que após 2010, quando termina o mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PAC receberá outros R$ 474,8 bilhões, contra a previsão anterior de aportar R$ 189,2 bilhões. Um salto de 151%. Segundo a ministra, os maiores investimentos serão nos setores de petróleo, gás, ferrovias, termelétricas e investimentos nos testes do pré-sal. O setor que irá precisar de mais recursos é o de petróleo e gás natural.

A ministra voltou a afirmar que os investimentos no PAC são prioridade para o governo e que para enfrentar a crise o Planalto irá fazer cortes no custeio. "Nós não vamos cortar investimento, mas custeio. Sempre que se vê a questão do custeio, a gente consegue achar onde cortar. A situação não é de corte de investimentos, mas de custeio", disse ela. Dilma destacou que uma das áreas que irá receber maior aporte de recursos são os testes no pré-sal. O projeto piloto de exploração do campo de Tupi, na Bacia de Santos receberá US$ 9,3 bilhões. A ministra disse que a expectativa do governo é que esse campo tenha reservas superiores a 8 bilhões de barris de petróleo, conforme foi anunciado.

A ministra disse ainda que só o projeto piloto dessa bacia produzirá 100 mil barris de petróleo e quatro milhões de metros cúbicos gás por dia. As plataformas P-59 e P-60 receberão irão receber R$ 660 milhões de recursos, enquanto a P-62 vai receber R$ 6,7 bilhões. O total das obras do pré-sal é estimado em R$ 204,5 bilhões.

Segundo Dilma, esses recursos para o pré-sal serão necessários para que o Brasil possa se tornar um grande exportador de petróleo. "O Brasil passará a ser exportador de petróleo. A economia mundial retomará e você vai precisar da riqueza real, que é o petróleo".

Empréstimo da Caixa

A ministra também comentou o empréstimo de R$ 2 bilhões que a Caixa Econômica Federal concedeu à Petrobras. Segundo ela, o dinheiro emprestado foi usado para pagar imposto de renda. Para ela, a Petrobras agiu como empresa ao pegar o empréstimo, pois a estatal procurou o crédito mais barato possível em um momento em que as linhas de financiamento internacionais se fecharam. Ela afirmou também que é inconcebível levantar a hipótese de que a Petrobras esteja quebrando.

A ministra aventou a possibilidade da redução do preço dos combustíveis, com a queda no preço do barril do petróleo. Segundo ela, o governo antes de tomar uma decisão sobre os preços do petróleo acompanha as variações no preço do produto. "Eu acredito que vamos ter nos próximos meses, inexoravelmente, mantidas as tendências do preço do petróleo, uma modificação. Vai haver uma acomodação para baixo, a partir do momento que estabilizar o preço".

E "Não é possível dizer que a Petrobras está quebrando. Ela não trabalha com barril [de petróleo] a US$ 140, US$ 60 ou US$ 75. Só passam no comitê de negócios projetos com o barril a US$ 35 e tem projeto com o barril a US$ 18", arrematou.

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