sábado, 21 de agosto de 2010

Folha abandona Serra com requintes de crueldade, para salvar Alckmin

A Folha de José Serra (jornal Folha de São Paulo), quem diria, jogou José Serra (PSDB) ao mar.

O gesto não tem nada de nobre, muito menos a Folha abdicou de seu tucanismo, pelo contrário. Nota-se o cálculo político dos donos do jornal.

Dão como desenganada qualquer chance de vitória de Serra, por isso não tem mais nada a perder jogando Serra ao mar. Mas tem muito a perder se Alckmin também for derrotado para o governo paulista, e os gestos de Serra levarão Alckmin à derrota.

Apreciem o editorial da Folha abandonando Serra com requintes de crueldade:

Avesso do avesso

Tentativa do tucano José Serra de se associar a Lula na propaganda eleitoral é mais um sinal da profunda crise vivida pela oposição

Pode até ser que a candidatura José Serra à Presidência experimente alguma oscilação estatística até o dia 3 de outubro. E fatores imprevisíveis, como se sabe, são capazes de alterar o rumo de toda eleição. Não há como negar, portanto, chances teóricas de sobrevida à postulação tucana.

Do ponto de vista político, todavia, a campanha de Serra parece ter recebido seu atestado de óbito com a divulgação da pesquisa Datafolha que mostra uma diferença acachapante a favor da petista Dilma Rousseff.

A situação já era desesperadora. Sintoma disso foi o programa do horário eleitoral que foi ao ar na quinta-feira no qual o principal candidato de oposição ao governo Lula tenta aparecer atrelado... ao próprio Lula.

Cenas de arquivo, com o atual presidente ao lado de Serra, visaram a inocular, numa candidatura em declínio nas pesquisas, um pouco da popularidade do mandatário. Como se não bastasse Dilma Rousseff como exemplar enlatado e replicante do "pai dos pobres" petista, eis que o tucano também se lança rumo à órbita de Lula, como um novo satélite artificial; mas o que era de lata se faz, agora, em puro papelão.

Num cúmulo de parasitismo político, o jingle veiculado no horário do PSDB apropria-se da missão, de todas a mais improvável, de "defender" o presidente contra a candidata que este mesmo inventou para a sucessão. "Tira a mão do trabalho do Lula/ tá pegando mal/... Tudo que é coisa do Lula/ a Dilma diz/ é meu, é meu."

Serra, portanto, e não Dilma, é quem seria o verdadeiro lulista. A sem-cerimônia dessa apropriação extravasa os limites, reconhecidamente largos, da mistificação marqueteira.

A infeliz jogada se volta, não contra o PT, Lula, Dilma ou quaisquer dos 40 nomes envolvidos no mensalão, mas contra o próprio PSDB, e toda a trajetória que José Serra procurou construir como liderança oposicionista.

Seria injusto atribuir exclusivamente a um acúmulo de erros estratégicos a derrocada do candidato. Contra altos índices de popularidade do governo, e bons resultados da economia, o discurso oposicionista seria, de todo modo, de difícil sustentação em expressivas parcelas do eleitorado.

Mais difícil ainda, contudo, quando em vez de um político disposto a levar adiante suas próprias convicções, o que se viu foi um personagem errático, não raro evasivo, que submeteu o cronograma da oposição ao cálculo finório das conveniências pessoais, que se acomodou em índices inerciais de popularidade, que preferiu o jogo das pressões de bastidor à disputa aberta, e que agora se apresenta como "Zé", no improvável intento de redefinir sua imagem pública.

Não é do feitio deste jornal tripudiar sobre quem vê, agora, o peso dos próprios erros, e colhe o que merece. Intolerável, entretanto, é o significado mais profundo desse desesperado espasmo da campanha serrista.

Numa rudimentar tentativa de passa-moleque político, Serra desrespeitou não apenas o papel, exitoso ou não, que teria a representar na disputa presidencial. Desrespeitou os eleitores, tanto lulistas quanto serristas.

9 comentários:

  1. "Folha abandona Serra com requintes de crueldade, para salvar Alckmin", não, este não é o objetivo, vou dar minha opinião, a Folha quer salvar a propria pele, ela não fica longe do poder, ou seja não pode perder o cofre de São Paulo.

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  2. TOMARA QUE SE PEGUEM, SE CHAFURDEM,ENFIM QUE O 'QUE O PAU COMA" ENTRE ELES.
    SAO TODOS SEM ESCRUPULOS, HIPOCRITAS.
    A UNICA COISA QUE TENHO CERTEZA E QUE A DIREITA VAI DEMORAR UNS 50 ANOS PARA VOLTAR AO PODER.
    POR PURA BURRICE, FALTA DE HONESTIDADE, ACOSTUMADOS QUE ESTAO EM GOLPEAR A POPULACAO.
    QUE ASSIM SEJA

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  3. chutou a bunda do zé com tudo.o que ele vai dizer em casa?se o sequelado botou até a mulher para trabalhar enquanto ficava escondido mandando recados pela mídia amiga(ex amiga,pq eles são golpistas mas não rasgam dinheiro)?....

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  4. É inacreditável!!! O que terá ocorrido nos bastidores para justificar uma virada tão abrupta e contundente? Mas este editorial não apaga de forma alguma os desmandos (para não dizer crimes) eleitorais que o jornal cometeu com tanto gosto anteriormente. Olho vivo, porque os adversários são capazes de tudo.

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  5. O que, com a graça do Altíssimo, estamos assistindo, é um verdadeiro e merecido massacre de José Serra e sua pífia campanha; a qual, aliás, é um retrato muito fiel do candidato: sem um mínimo de conteúdo, usando de má fé para tentar enganar o eleitorado, sem uma estratégia desenhada para atingir sua meta, desonesta, obtusa e incompetente. José Serra e seus marqueteiros devem se dar as mãos e, juntos, mergulhar de volta no lodaçal de onde vieram...

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  6. A derrota antecipada do candidato da oposição José Serra anunciada pelo editorial da Folha de São Paulo, sua maior aliada, é a paga merecida do povo brasileiro a um dos maiores vendilhões da Pátria ocorrido no processo de privatiçaões do governo FHC

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  7. Mas é mto claro a intençao da Folha...apoiar ao maximo Alkmin, sab q com Mercadante, vai diminuir seus ganhos! Bom seria se os eleitores Paulista desse uma resposta aos grandes meios de comunicação, e votassem contra, os candidadatos deles, são conhecidos, como se diz "tão na Mida"...Fora PSDB!!!!!!!

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  8. Talvez depois dessas eleições os jornais começem a ser imparciais e a se presocupar com a informação em respeito ao leitor.

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  9. Essa estratégia favorece a Marina, será que essa é a intenção da Folha?

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