quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Depois do escândalo do cunhado, Jô chama governador tucano no programa


O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou, em entrevista ao Programa do Jô no começo da madrugada desta quarta-feira, que sua relação com a presidente Dilma Rousseff (PT) e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (sem partido), é boa e que muitos projetos têm sido realizados em conjunto. Com relação à Dilma, Alckmin exemplificou o trabalho conjunto existente com a celebração de convênio, 15 dias atrás, de combate à miséria, uma vez que São Paulo possui ainda 300 mil famílias - 1 milhão de pessoas - abaixo da linha da pobreza. Na prática, entre outras ações, haverá uma soma do cartão federal do Programa Bolsa Família com o cartão estadual do Renda Cidadã, transformados em um único cartão, e uma busca por meios de garantir melhor renda a essa parcela da população. "No que depender de São Paulo, a presidenta Dilma vai ter todo o nosso apoio, para a gente poder fazer mais em benefício da população", disse. Ele citou ainda que, em 15 dias, será assinada parceria com o governo federal para a construção da asa norte do Rodoanel, ligando o Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, ao porto de Santos.

Sobre o relacionamento com Kassab, o governador disse que a união de esforços com o município é importante em casos como, por exemplo, do transporte público. Segundo ele, é preciso integrar o metrô (obra do governo do Estado) com o transporte sobre pneus. "A gente tem sempre procurado fazer juntos", disse.

Logo no início da entrevista, referindo-se à suspeita que recai sobre uma empresa de familiares da mulher do governador, de que esta tenha se beneficiado de uma fraude contra a Prefeitura de São Paulo, Jô perguntou a Alckmin se ele "era da mesma teoria de Brizola, de que cunhado não é parente". "Olha, perante a lei, parente ou não parente, todo mundo tem que prestar contas, e errou tem que pagar", respondeu o governador, encerrando o assunto.

Com o vencimento de um médico em mãos, enviado à produção do programa, o apresentador questionou Alckmin sobre os valores pagos à categoria no Estado. No caso desse médico em particular, salário-base de R$ 529, que, acrescido de gratificações, chega a R$ 1.723,89. "Você, quando era médico, chegou a receber um salário tão pequeno e aí disse: 'não, eu vou é ser político'?", perguntou Jô Soares. "Não, eu não era funcionário. Anestesista é sempre um profissional liberal", respondeu Alckmin, emendando ter uma boa notícia para os profissionais da saúde, como o aumento de 19% para médicos - percentagem maior, segundo ele, que a inflação no período -, mais plano de carreira a partir do ano que vem.

Ao falar sobre violência na cidade de São Paulo, o apresentador disse estar impressionado com a incidência cada vez mais frequênte de assaltos em uma mesma região, como é o caso de alguns bairros nobres na região sul. "O ladrão se acostuma com o seu bairro e não faz mais rodízio", brincou Jô, citando em seguida um manifesto feito no fim de semana no Morumbi contra a violência no bairro onde, inclusive, está localizado o Palácio dos Bandeirantes, de onde Alckmin governa. O apresentador perguntou às pessoas no auditório quantos já haviam sido assaltados em São Paulo e nem Alckmin escapou da pergunta. Ao ouvir a resposta de que ele nunca fora vítima de assalto em seus 25 anos na capital paulista, Jô - que afirmou já ter sido assaltado "três ou quatro vezes" - emplacou outra pergunta capciosa: "Tem a ver com a segurança (com) que você anda em volta?". O governador riu e, defendendo a política de segurança do Estado, dividiu a culpa do crime em São Paulo com o tráfico nacional de armas. "Isso é polícia de fronteira. Você enxuga gelo aqui. Pega arma, entra arma", argumentou.

Jô Soares criticou a existência de tantas crianças trabalhando nas ruas de São Paulo, dizendo que para solucionar o problema é preciso mais escolas e, como complemento, melhores salários para os professores. "Não é possível que o professor ganhe o que ganha". Alckmin, sempre citando números e se defendendo, fez questão de dizer que o primeiro reajuste concedido por seu governo foi ao magistério, com estabelecimento de plano de carreira, e prometeu aumentar as escolas de tempo integral.

Quase no fim da entrevista, Jô Soares destacou a problemática do Rio Tietê, ainda muito poluído, apesar dos investimentos que vem sendo feitos, já há muitos anos, para sua limpeza. "Um dia o Tietê vai voltar a ter água?", perguntou o apresentador. O governador disse que a solução é tratar o esgoto que é despejado no rio e que, se isso for feito, em dez anos "vamos ter rio de classe dois", ou seja, mais bem menos poluído do que hoje.

Para finalizar, o apresentador da TV Globo perguntou se Alckmin tem a intenção de se candidatar novamente à Presidência da República. Desta vez, foi o governador que resolveu brincar. "Só se for do "Peixe'", disse o Alckmin, que torce para o Santos Futebol Clube.

Um comentário:

  1. O COMENTÁRIO É SIMPLES A IMPRENSA PAULISTA ABAFA E É CONIVENTE COM AS FALCATRUAS DO GRUPO POLITICO QUE DESGOVERNA SÃO PAULO A MAIS DE 16 ANOS.ROUBOANEL-PEDÁGIOS-PCC-CDHU-ALSTON-MAIS DE 70 PEDIDOS DE CPIS ENGAVETADOS E A IMPRENSA FAZENDO VISTA GROSSA.

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