Algumas bandeiras hasteadas durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva impulsionaram os números favoráveis a Dilma Rousseff. O combate à fome e à pobreza e as iniciativas contra o desemprego lideraram as áreas que tiveram maior aprovação, segundo a pesquisa CNI/Ibope. Entre os entrevistados, 61% avaliaram como ótima ou boa a gestão na redução da miséria, enquanto 58% dizem aprovar as políticas de combate ao desemprego.
Com 36 anos, casada e mãe de três filhos, Edilene Franklin parou de estudar na quinta série para cuidar da família e trabalhar. Moradora de Brazlândia, a gari acha que os primeiros três meses de Dilma mudaram um pouco a qualidade do país. “Pelo menos o trabalho está aparecendo”, afirma Edilene, que confia na presidente. A pesquisa mostrou que a maior aprovação no combate ao desemprego ocorreu justamente nas regiões Centro-Oeste e Norte, que registraram índices de 69% de aprovação. No Nordeste, o aval foi menor, de 51% dos ouvidos pela sondagem.
A política de combate à fome e à pobreza também foi vista com destaque expressivo no Norte e no Centro-Oeste. Nessas regiões, 73% dos entrevistados avaliaram que a condução do tema é positiva. No Sul do país, os índices foram os menores: 50%.
O lavador de carros Gilvan Ferreira da Silva está na faixa etária das pessoas — dos 30 aos 39 anos — que mais confiam na presidente. Aos 35 anos, ele considera Dilma uma pessoa sóbria e com a qualidade de ter um passado limpo. “Nunca ouvi falar mal dela, de que estivesse envolvida em escândalo”, diz Silva, que estudou até a quinta série. “Acho que ela vai continuar o trabalho do Lula e isso é bom”, acrescenta o lavador de carros. Ele trabalha oito horas diárias para ganhar em torno de R$ 800 mensais, salário médio de 74% das pessoas que demonstram confiança plena na presidente.
Salário
Assim como Gilvan, a pesquisa indicou que a maior parte das pessoas com renda familiar de até um salário mínimo aprova as políticas de combate à inflação. Das 48% das pessoas que avaliaram como ótima ou boa a gestão da área, 53% estão nessa faixa de renda. Para 44% dos entrevistados, Dilma deve dar prioridade igual ao combate à inflação e a outras políticas de governo.
Ao contrário do que se pensava, não foi a visita do presidente dos Estados Unidos o assunto mais lembrado sobre o governo de Dilma Rousseff. Em resposta espontânea, 22% dos entrevistados afirmaram que o tema mais relevante foi a aprovação do salário mínimo de R$ 545. A visita de Obama, entre 19 e 21 de março, foi o segundo assunto — com 11% — apesar de a pesquisa ter sido realizada no mesmo período em que o dirigente americano estava no Brasil: entre 20 e 23 do mês passado.Correio Braziliense
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