A tarifa de ônibus em São Paulo subirá quase o dobro da inflação em 5 de janeiro.
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) autorizou ontem o aumento da passagem de R$ 2,70 para R$ 3, alta de 11,11%.
Será tarifa mais cara do país entre as cidades com mais de 500 mil habitantes. Até novembro, o posto era dividido com Osasco, que reajustou a sua tarifa no início deste mês para R$ 2,90.
A tarifa integrada (ônibus + metrô/trem) passa de R$ 4,07 para R$ 4,29.A prefeitura diz que o reajuste é baseado na projeção de despesas no sistema para o ano. Cerca de 2.000 dos quase 15 mil carros da frota serão substituídos.Apesar desse gasto extra, o preço do litro do diesel se manteve em R$ 2 e os salários de motoristas e cobradores aumentou 6,5%.
A inflação na cidade, medida pelo IPC-Fipe, foi de 6,03% desde o último reajuste, em janeiro deste ano.Desde julho de 1994, a passagem de ônibus já subiu 500%, ante inflação de 231%.
Aumento nos transportes gera forte pressão inflacionária
O gasto com transporte público é um dos itens de grande peso no bolso dos consumidores. Qualquer mudança no valor da passagem provoca não só gasto maior para os usuários como forte pressão sobre a inflação.
É o que deverá ocorrer com a nova tarifa de ônibus urbano determinada pela prefeitura paulistana.
Os índices de inflação colocam todos os gastos dos consumidores em uma só cesta e definem um peso específico para cada um deles.
Essa cesta leva em consideração as necessidades diárias da população inserida na faixa de renda pesquisada pelos institutos de inflação.
O peso da passagem de ônibus é grande. De cada R$ 100 que os paulistanos gastam mensalmente, R$ 4,40 são destinados ao pagamento de tarifas de ônibus, conforme dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
A Fipe, ligada à USP, mede a inflação apenas no município de São Paulo.
Já o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE -índice que apura a inflação oficial no país-, determina que, de cada R$ 100 desembolsados pelos brasileiros, R$ 3,84 são gastos com ônibus urbanos.
Esse gasto elevado se reflete nas taxas de inflação. Considerando só a variação percentual de 11,11% no reajuste das tarifas de ônibus (de R$ 2,70 para R$ 3), o IPC da Fipe vai registrar inflação de 0,47 ponto percentual em 30 dias.
Ou seja, se mais nada subir nos 30 dias após esse reajuste, a inflação será de 0,47% apenas por conta do aumento da passagem de ônibus.Já a pressão no IPCA do aumento em São Paulo (que computa preços também em outras cidades) será de 0,14 ponto percentual.
Para ter uma ideia de como é grande o peso das tarifas de ônibus na inflação, todos os 465 itens pesquisados mensalmente pela Fipe vêm gerando taxa média mensal de 0,50%.
É verídica esta história do nomeado ministro da Justiça, o Cardozo, ter trabalhado para Daniel Dantas? Não foi para isto que votei na Dilma. Cardozo, Jobim...
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