Mais conhecida como a irmã de Chico Buarque, a compositora, cantora e atriz Ana de Hollanda, de 62 anos, estreou nos palcos aos 16, em 1964. Era uma das quatro (ao lado das irmãs Maria do Carmo e Cristina e da amiga Helena Hungria) do conjunto Chico e as Quatro Mais. Em 1968, participou do III Festival Internacional da Canção, interpretando o frevo "Dança das Rosas". Mas o casal Sérgio Buarque de Hollanda e Maria Amélia, que haviam educado a filha em colégio de freiras, não viam com bons olhos a participação da menina em programas de televisão. A própria Ana, decidiu deixar a música de lado, depois que o irmão cantor ficou famoso.
Jovem, nos anos da ditadura, e de uma família bastante envolvida com a política, Ana participava de reuniões no bar Riviera, centro de São Paulo, ponto de encontro de artistas e intelectuais. Foi nesta época que entrou para o Partido Comunista Brasileiro. No entanto, o nascimento dos filhos Sérgio e Ruth a impediram de dedicação maior à política. Aos 30 anos, decidiu retomar carreira musical. Gravou seu primeiro disco solo em 1980: "Ana de Hollanda".
Em 1982, a política voltou a ter importância na vida da futura ministra da Cultura. Ana compôs e gravou para a campanha de Franco Montoro (PMDB), candidato a governador de Estado, o jingle "Acorda meu povo". De 1983 a 1985, Ana chefiou o setor musical do Centro Cultural São Paulo, da Secretaria Municipal de São Paulo. Entre 1986 e 1988 foi Secretária de Cultura do Município de Osasco, na gestão de Humberto Parro (PMDB).
Assim como a presidente Dilma Rousseff, Ana também enfrentou um câncer. O dela, na região do mediastino, entre os dois pulmões. Os médicos retiraram o tumor e a futura ministra passou por um ano de de quimioterapia e radioterapia.
Depois da doença, voltou à gravadora. O segundo álbum foi batizado de: "Tão Simples". Fez shows pelo Brasil e em países como Uruguai, Angola e Cuba. Seu repertório inclui sambas de Noel Rosa e Geraldo Pereira, canções de Chico Buarque, Bossa Nova e outros estilos sempre ligados à MPB. Ana atuou como vocalista em discos de Toquinho, Vinicius de Moraes, Fafá de Belém, Tom Jobim e outros. Além de cantora, trabalhou como atriz, principalmente em musicais, como o espetáculo "Nunca te vi, sempre te amei", de Guto Maia.
Em 2003, a cantora voltou a trabalhar no setor público, como diretora do Centro de Música da Funarte entre 2003 e 2007, durante a gestão do ator Antonio Grassi. Lá coordenou a Câmara Setorial de Cultura, reunindo entidades representativas da sociedade civil, representantes dos fóruns estaduais de música e setores do Poder Executivo.
Grassi elogiou a nova ministra e disse que todos os projetos da fundação na música foram elaborados por Ana. "Ela trouxe de volta o Projeto Pixinguinha [que leva música popular a grandes cidades] e promoveu discussão sobre cultura em fóruns de vários Estados", elogiou. "Falei com ela assim que o anúncio saiu. Disse estar animada e já pensando em alguns projetos", contou. Segundo Grassi, Ana , que não é filiada a partidos, foi indicada pelo setorial de cultura do PT e teve o apoio de vários parlamentares do Rio.
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