Os empresários presentes ao evento de lançamento da décima edição do Anuário Valor 1000 acreditam que um eventual governo de Dilma Rousseff, líder nas pesquisas de opinião para a presidência da República com 24 pontos à frente do candidato José Serra, do PSDB, pela última pesquisa Ibope, terá a marca da continuidade. Eles não temem problemas de governabilidade entre outras razões porque avaliam que os partidos que apoiam a candidatura de Dilma também elegerão bancadas expressivas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Hudson Calefe, presidente da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), é um dos que estima que, eleita, Dilma não enfrentará problemas de governabilidade. "Existe a possibilidade de se fazer uma grande bancada no Congresso, com renovação na Câmara e no Senado favorável à Dilma", aposta o executivo. Para Francisco Schmitt, diretor de relações com investidores da Grendene, "imaginar que um candidato com as vantagens indicadas pelas pesquisas não tenha liderança é uma fantasia". Ele acredita "que um eventual governo Dilma será uma continuidade do governo Lula".
A mesma opinião é compartilhada por Gilberto Colombo, presidente da Usina Colombo, que não acredita em paralisia de um possível governo Dilma para tocar reformas. "Acredito em um continuísmo das políticas implementadas pelo governo Lula, principalmente no que tange às obras do PAC e aos sistemas de apoio às famílias carentes, como o Bolsa Família", diz Colombo. Vanderlei Micheletto, da Mili Papel e Celulose, espera que o candidato vencedor, qualquer que seja, não intervenha na economia. "No caso dos atuais programas, acredito que serão mantidos os que têm efeito sobre distribuição de renda e crescimento das classes C e D", diz ele.
Para o presidente da Votorantim Cimentos, Walter Schalka, "o Brasil já adquiriu maturidade institucional de tal grandeza que já não se admite colocar os interesses pessoais, políticos ou partidários acima dos interesses da nação". Fausto Costa, diretor da Chocolates Garoto, diz que "as reformas serão fundamentais para qualquer um dos eleitos. Eles terão de trabalhar com suas bases para que elas sejam discutidas com seriedade para avançar no Congresso".
Caso a candidata apoiada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva vença as eleições, Valentino Rizzioli, vice-presidente do Grupo Fiat e presidente da CNH, acredita que ela dará continuidade aos projetos de infraestrutura e sociais do atual governo. "Os grandes projetos do país estão acima de interesses partidários, pois são indispensáveis para que a economia continue em crescimento. Seria um suicídio paralisá-los, pois em muitos ela teve participação e outros estão dando certo". Ao seu ver, a candidata deveria concentrar mais investimentos na educação.
O presidente da Cielo, Rômulo Dias, está diz otimista com a capacidade política da atual candidata do PT. "Ela terá todo o suporte do PT e de seus aliados. Não acredito em paralisia", afirmou, referindo-se a um eventual governo Dilma.
Fernando Pinheiro, diretor de assuntos corporativos da Souza Cruz, acredita que, quem quer que seja o substituto do presidente Lula, terá boas condições de governabilidade e saberá dar continuidade aos avanços obtidos nos últimos 15 anos nas áreas econômica e social. "Nenhum dos três candidatos que disputam a eleição terá dificuldade para governar, porque não é um caminho personalista", pondera Pinheiro.
Outro empresário que não acredita em rupturas é Maurício Vasconcellos, presidente da concessionária Autoban, do grupo CCR. "O Brasil já está no rumo. Continuamos no caminho do desenvolvimento, só precisamos avançar mais", afirma Vasconcellos.
O presidente da BIC Amazônia, Horácio , Horácio Bolseiro, a credita que Dilma saberá costurar a base política sem interferência do presidente Lula. "Se o presidente Lula acredita que vai estar por trás do governo Dilma, está cometendo um erro. " Para Bolseiro, todos os programas sociais serão mantidos pela candidata Dilma.Valor Econômico
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