quarta-feira, 11 de agosto de 2010

DEMos dizem que José Serra está escondendo dinheiro para não ajudar aliados

A dificuldade em partilhar recursos e material de campanha com aliados nos Estados reacendeu o embate entre a direção do DEM e o comando da campanha à Presidência do tucano José Serra. Ontem, o tucano minimizou o estrago das declarações do presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), segundo quem Serra não teria cumprido a promessa de ajudar a campanha ao governo de Fernando Gabeira (PV), seu palanque no Rio. "O tititi não acaba", disse, após evento em São Bernardo do Campo.

Desafeto de Serra há anos, Maia recuou após a intervenção de "bombeiros": "Não há crise nem briga. O que há é muita fofoca". Aliados tentavam agendar um encontro entre eles, hoje, no Rio, onde Serra participará de entrevista no "Jornal Nacional". "É o momento de nós, mais do que nunca, colocarmos um ponto final nisso.
Chega de sobressaltos", afirmou Ronaldo Caiado (DEM-GO), que ponderou: "Mas que há falha na distribuição de material, isso é verdade". Embora a queixa seja generalizada, o coordenador da campanha tucana, Sérgio Guerra (PE), rechaçou que o cofre esteja no vermelho.

"Não está faltando dinheiro. O que acontece é que está sobrando na campanha do PT." A planilha de doações comprometidas do PSDB ultrapassa R$ 16 milhões. O comitê de Serra, entretanto, declarou à Justiça Eleitoral na primeira parcial que o montante efetivamente pago é de R$ 3,6 milhões. Outros R$ 5,4 milhões estão nas mãos do Diretório Nacional para abastecer palanques estaduais.

DESCONFIANÇA NO DEM

No DEM, os números foram vistos com desconfiança. Integrantes do partido suspeitam que os tucanos estariam omitindo cifras para evitar pedidos de aliados. Além disso, surgiram críticas internas de que o prefeito de Gilberto Kassab (DEM-SP) estaria pedindo a potenciais doadores, especialmente empreiteiras, que priorizassem a disputa presidencial.

Oficialmente, o Diretório Nacional juntou R$ 2,7 milhões. "Esse dinheiro é para os candidatos do DEM", disse o tesoureiro nacional da sigla, Saulo Queiroz. Segundo aliados, Maia também reclama de isolamento imposto por Serra, que tem Kassab e o ex-senador Jorge Bornhausen (SC) como interlocutores no DEM.Da folha tucana entrando em desespero

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