Vice na época da concessão, Alckmin nega ter privatizado estrada ...Mas privatizou e cobrou pedágios

Vice-governador à época da primeira licitação para privatizar rodovias paulistas, em 1998, o candidato ao governo Geraldo Alckmin (PSDB) negou ter participado de alguma concessão de estrada no Estado. “Fico muito à vontade porque não fiz nenhuma concessão”, afirmou o tucano nesta segunda-feira, dia 5, na Feira Internacional de Calçados (Francal), no Anhembi.

“Lembrado” pela reportagem de que era vice do governador Mário Covas (morto em 2001) naquele período, o tucano reformulou a resposta. “É. Mas fico muito à vontade para defender (as concessões). Às vezes você cria praça de pedágio para ficar mais barato. Cria para poder dividir. O problema é que, às vezes, você percorre um trecho pequeno de estrada e já paga o pedágio. Então, se você tiver mais praças elas serão mais baratas”, disse Alckmin.

O número elevado de pedágios nas rodovias paulistas tem sido alvo das principais críticas dos adversários do tucano na corrida ao governo. Na semana passada, o JT mostrou que, desde o início da privatização das rodovias estaduais, há 12 anos, foram instalados 112 pedágios nas estradas paulistas – o equivalente a cerca de uma praça nova a cada 40 dias.

Apresentado aos números, o candidato tucano defendeu que “alguns casos” de praças de pedágio “devem ser revistos”. “Você tem alguns casos que devem ser revistos. Por exemplo, Indaiatuba e Jaguariúna”, afirmou. Nessas duas cidades foram instaladas praças de pedágio que bloqueiam e dividem alguns bairros. No bairro Helvetia, em Indaiatuba, por exemplo, moradores chegam a pagar R$ 17,60 para atravessá-lo.

São Paulo já tem mais da metade dos pedágios do Brasil. São, ao todo, 160 pontos de cobrança em vias estaduais e federais, ante 113 no restante do País, segundo a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR). “São Paulo foi vanguarda na área de concessão do País. É o modelo das melhores estradas brasileiras, do melhor serviço prestado ao usuário, com grandes investimentos”, defendeu Alckmin.FT