Em meio à campanha da coligação Um Novo Caminho feita ontem em São Sebastião, uma reunião extra-oficial, realizada dentro de uma locadora de filmes da cidade, sinalizou o ensaio de apoio de filiados do PSDB ao grupo liderado por Agnelo Queiroz (PT) e Tadeu Filippelli (PMDB) à disputa do Governo do Distrito Federal. Um dos tucanos que está prestes a pedir licença do partido para ficar do lado dos antigos adversários é o primeiro presidente da Câmara Legislativa, Salviano Guimarães.
Ele é uma figura simbólica do PSDB, que tem expressiva base em Planaltina. A então sintonia com a legenda cacifou o nome de Salviano para disputar o cargo de governador tampão do DF na eleição indireta, ocorrida em abril deste ano. Mas a intenção não prosperou. À época, Salviano liderou um movimento representado por alguns dos pioneiros da Câmara Legislativa, entre eles Agnelo Queiroz, contra a intervenção federal que ameaçava a autonomia política da capital. Quatorze ex-deputados assinaram a Carta aos Brasilienses, manifesto com 28 linhas propondo mudanças na legislação político-eleitoral e na organização administrativa local, como o fim da corrupção.
O encontro de Salviano e os quatros candidatos majoritários da coligação Um Novo Caminho — Agnelo Queiroz e Tadeu Filipelli para o GDF, além de Cristovam Buarque (PDT) e Rodrigo Rollemberg (PSB) ao Senado — ocorreu sem agendamentos prévios: foi dentro da loja, entre estantes abarrotadas de filmes internacionais e brasileiros, sem nenhum tipo de privacidade. Os clientes entravam e saíam enquanto os políticos conversavam sobre a possibilidade de reforçar o exército vermelho com súditos amarelos e azuis. Caso seja confirmada a migração dos tucanos para a aliança encabeçada pelo PT-PMDB, a crise vivida dentro do PSDB local deverá ser aprofundada.
A união da sigla com o PSC do ex-governador Joaquim Roriz desagradou uma parte da militância tucana. Mas, na avaliação da candidata ao Senado Maria de Lourdes Abadia, pela coligação Esperança Renovada, é natural que haja um movimento de saída entre os descontentes tucanos. “As alianças não agradam todo mundo no partido. Acho natural o movimento. Mas o que posso assegurar é que o PSDB seguiu uma orientação para fazer a aliança”, afirmou Abadia.
Música eletrônica
Depois da reunião improvisada na locadora, Agnelo e os companheiros de coligação deram uma de DJs de música eletrônica em plena avenida comercial de São Sebastião. Ao passar pela esquina onde os DJs profissionais davam uma canja da festa que será promovida na cidade, os candidatos não hesitaram em comandar as picapes, mesmo que fosse por instantes e de forma desengonçada. O vice Filippelli, primeiro administrador de São Sebastião, na gestão de Joaquim Roriz no GDF, abriu os trabalhos na mesa de som, que propagava pelas caixas instaladas em automóveis o estilo house, conhecido por tocar em boates e raves. Em seguida, foi a vez do candidato petista mostrar sua performace.
“O DJ disse que fui aprovado como aprendiz”, brincou Agnelo. O DJ em questão é Tomate, 30 anos, morador de São Sebastião e o promoter da festa de música eletrônica. “Se ele (Agnelo) ganhar a eleição, faço uma festa em sua homenagem”, afirmou. O candidato à reeleição a distrital, Cabo Patrício (PT), e ao Senado, Rodrigo Rollemberg, também fizeram parte da brincadeira.
Na parte da manhã, Agnelo e os colegas de coligação fizeram corpo a corpo na feira e nas ruas de São Sebastião. Correligionários rorizistas cruzaram algumas vezes com os petistas, mas não houve conflito. A disputa ficou concentrada entre os carros de som, que apelavam para aumentar o som dos jingles. Em seguida eles inauguraram mais um comitê do PT na cidade e almoçaram na feira.Correio
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