quarta-feira, 28 de julho de 2010

Para Dilma, Serra repete a estratégia de 2002

Em visita surpresa a Pernambuco, ontem, a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, acusou o PSDB de tentar repetir neste ano a estratégia utilizada nas eleições de 2002, quando "tentou aterrorizar o país" com insinuações contra o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo sem citar especificamente, a ex-ministra se referia às insinuações de tucanos de que o PT teria ligações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

"Não concordo com esse método, que consiste, primeiro, na baixaria e, segundo, em acusações infundadas. Temos experiência nisso desde 2002, quando tentaram aterrorizar o país com esse método, dizendo que o governo Lula seria o caos", afirmou Dilma. "Não vamos descer a esse nível baixo" completou.

Durante uma rápida entrevista coletiva, a petista mandou recados ao presidenciável tucano, José Serra, em praticamente todos os temas que abordou. O primeiro veio quando Dilma falava sobre a ampliação do ensino profissionalizante no país, proposta também defendida por Serra. Após mencionar as 214 escolas técnicas construídas pelo governo Lula, a ex-ministra alfinetou o tucano: "Tenho compromisso social, e não eleitoral, com esse tema".

Em seguida, Dilma foi questionada sobre as acusações de que ela estaria fugindo dos debates. "Mas que debate?", questionou. "Que eu saiba, todos os debates, os oficiais, começam a partir de agosto", alegou.

Quanto ao debate que seria promovido por portais de internet, que acabou cancelado, Dilma afirmou que sua ausência foi justificada, ao contrário da de Serra, a quem acusou de "não ter o que mostrar".

"Eu tenho um patrimônio a mostrar, que é o governo Lula. Quem não tem, não mostra ou quer esconder, porque quebrou o país", disse a candidata. Dilma também criticou o comportamento de Serra em relação à Bolívia, cujo governo tem sido acusado pelo tucano de fazer vista grossa com o tráfico de drogas. "Não acredito que um estadista pode sair por aí falando mal de todos os latino-americanos", afirmou.

Com relação ao loteamento dos cargos no governo federal, outra crítica de Serra, Dilma admitiu que os políticos terão vez em seu eventual governo. "Acredito que se deve exigir os critérios técnicos para preenchimento dos cargos, mas também os critérios políticos. Não é possível achar que teremos apenas técnicos", ponderou a petista.

Dilma garantiu ainda que não pretende formalizar a autonomia do Banco Central e prometeu acelerar obras como a Transnordestina e a transposição do São Francisco.

A ex-ministra também falou sobre o deputado federal Ciro Gomes (PSB), preterido da disputa presidencial pela mão pesada de Lula. Disposta a apaziguar os ânimos com o temperamental Ciro, a candidata petista fez rasgados elogios ao deputado e afirmou que irá respeitar qualquer decisão dele no que tange às eleições deste ano.

Em Pernambuco, a candidata fez gravações para o programa eleitoral e visitou o estaleiro Atlântico Sul e as obras da Refinaria Abreu e Lima, ambos no município de Ipojuca. No Recife, conheceu uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) recentemente inaugurada. Hoje Dilma estará em Natal (RN).

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