quinta-feira, 17 de junho de 2010

PCdoB e PT juntos

Aliado histórico do PT, o PCdoB confirmou ontem, em convenção nacional realizada em Brasília, o apoio à candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto. Apesar da união em torno da candidata do Presidente Lula, os dois partidos ainda vivem um impasse no Maranhão, único estado em que os comunistas pretendem lançar um nome próprio ao governo.

O PT maranhense apoia a candidatura do deputado federal Flávio Dino, mas a direção nacional da legenda determinou a aliança com a governadora do estado, Roseana Sarney (PMDB). Dino definiu a ação do PT como “incipiente” e “subserviente” e já estuda uma aliança com o PDT do ex-governador Jackson Lago para a disputa local.

A proposta poderia reunir num mesmo palanque o PSDB e o PPS, que apoiam Lago, e o PSB, único que está ao lado do comunista ao Palácio dos Leões. O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, criticou a decisão dos petistas de barrar o apoio à candidatura do deputado. “O PCdoB apoia candidatos ao governo do PT, do PMDB e do PSB em praticamente todos os estados. Quando temos um candidato e não temos a retribuição, isso cria uma estranheza muito grande”, afirma Rabelo.

A decisão do PCdoB de ter ou não candidato próprio ao governo estadual, entretanto, será selada apenas no próximo dia 26, quando ocorre a convenção estadual da legenda. Até lá, o partido tenta chegar a um acordo com o PDT maranhense, apesar de alguns obstáculos à aliança. Uma delas diz respeito à aplicação do Ficha Limpa a condenações anteriores à sanção da lei. A decisão deve ser tomada hoje pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e terá impacto direto nas chances de Jackson Lago concorrer ao governo do estado. O pedetista teve o mandato cassado em 2009 por abuso de poder econômico, mas de acordo com a atual legislação, pode se candidatar na disputa de outubro, o que não ocorre com a aplicação do Ficha Limpa. Daí o impasse.

Outra dificuldade na aliança entre Jackson e Dino é o apoio do ex-governador ao candidato tucano José Serra, principal adversário de Dilma nas urnas. “Ele é Serra, mas o PDT não é. A gente tem certa facilidade para discutir o assunto”, avalia Dino.

Legislativo
Com 12 representantes na Câmara dos Deputados, o PCdoB tem como meta eleger em outubro ao menos 20 parlamentares. No Senado, a intenção é emplacar três nomes — uma das apostas do partido é a candidatura do vereador de São Paulo Netinho de Paula, que participou do evento no Centro de Convenções Brasil 21. O vice-presidente da República, José Alencar (PRB), o presidente do PT, José Eduardo Dutra, e o ministro Samuel Pinheiro Guimarães, da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), também prestigiaram a convenção.

Ontem, além da confirmação do apoio à candidatura de Dilma, o PCdoB também concluiu o documento com sugestões para o programa de governo da petista. Entre as defesas do PCdoB, estão, por exemplo, a fixação de um mandato para os ministros do Supremo Tribunal Federal e a conclusão da construção do submarino de propulsão nuclear.

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