domingo, 6 de junho de 2010

Herança maldita de José Serra: MP vai investigar as curvas das estradas mal projetadas e assassinas de SP

O Ministério Público decidiu reabrir ação para investigar as curvas mal-projetadas ou sem sinalização da cidade de São Paulo, que representam riscos de graves acidentes aos motoristas. Na época em que o processo foi aberto, em 1998, mais de 250 curvas com problemas foram listadas. A apuração foi arquivada quatro anos depois, em 2002. Agora, a promotora Maria Amélia Nardy Pereira, da Habitação e Urbanismo, quer saber que providências a Prefeitura tomou e se os erros de projeto apontados na ocasião foram corrigidos e os locais, sinalizados.

A pedido  do jornal JT, o engenheiro de Tráfego Sérgio Ejzenberg vistoriou na semana passada endereços do Programa de Correção de Curvas Perigosas enviados ao MP pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Ele avaliou também um ponto por meio de fotografias - Avenida Giovanni Gronchi, em frente ao Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi. A CET diz ter projetos para alguns desses locais (leia abaixo).

Ejzenberg fez dezenas de medições para concluir qual velocidade máxima evitaria que veículos leves ou pesados escorreguem ou tombem de acordo com a declividade e o raio da curva. Na opinião de Ejzenberg, dos locais vistoriados, só um sofreu intervenção a ponto de conferir segurança aos motoristas: a Rua Dr. Zuquim com a Capitão Rabelo, na zona norte, onde foi instalada uma lombada eletrônica que obriga os motoristas a reduzirem a velocidade.

Para Ejzenberg, dos locais vistoriados, o pior é o acesso da Ponte do Limão para a Marginal do Tietê, sentido Rodovia Ayrton Senna, na zona norte, que faz quase todo mundo cantar pneus. Na alça de acesso da Marginal do Pinheiros para a Ponte Eusébio Matoso, de cada três carros, um passa cantando pneus; na Avenida 23 de Maio sob o Viaduto Stevaux (Anhangabaú) a pista da esquerda continua ‘caindo para fora’; na mesma avenida, sob o Viaduto Dona Paulina, na região central, a curva tem declividade negativa de 7%; ainda na 23 de Maio, sob o Viaduto D. Paulina, ônibus evitam a direita devido à inclinação; na Avenida Giovanni Gronchi em frente ao Palácio dos Bandeirantes o guardrail amassado denuncia as constantes derrapadas; na Avenida Ataliba Leonel, curva reversa produz efeito ‘desequilibrante’;

Em apenas uma das curvas perigosas, na Avenida Ataliba Leonel com a passagem para a Rua Mimosa do Sul, em Santana, na zona norte, há sinalização adequada, segundo o engenheiro. “Só colocar placa avisando sobre o perigo em nada resolve”, critica o consultor de Trânsito Horácio Figueira. “Os motoristas têm de começar a acionar a Prefeitura em caso de acidente.”

Projetos em andamento – A Secretaria Municipal de Transportes e a CET informaram que o projeto de correção geométrica da curva da Avenida 23 de Maio sob o Viaduto Dona Paulina foi enviado à Secretaria de Infraestrutura e Obras. Estão sob responsabilidade da pasta também os projetos da Avenida Giovanni Gronchi e o da General Ataliba Leonel com a Travessa Canção do Pescador. Com relação aos problemas da alça de acesso da Ponte do Limão, a Prefeitura informa que o local está inserido no projeto de sinalização da Marginal, que deverá ser concluído até o fim de agosto. Segundo a Prefeitura, o problema na curva da Marginal do Pinheiros sob a Ponte Eusébio Matoso foi minimizado com a correção parcial da sobre-elevação na faixa da esquerda da pista expressa.

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