Foram aproximadamente 450 metros, percorridos em uma hora. A cada minuto, 7,5 metros de abraços, empurrões e poucas palavras na caminhada dos candidatos do PSDB à Presidência da República e ao Governo de São Paulo, José Serra e Geraldo Alckmin, pelo calçadão comercial de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo.
"Estamos aqui juntos para ouvir as pessoas, sentir", disse Serra. Indagado sobre a pesquisa CNI/Ibope, que mostrou a candidata petista Dilma Rousseff à sua frente, pela primeira vez, respondeu seco: "Não vi". Face à insistência dos repórteres, sentenciou: "Campanha começa depois da Copa". E voltou a ressaltar a importância dos debates e do horário eleitoral gratuito para que a população decida seu voto.
Ao seu lado, Alckmin, candidato para o Palácio dos Bandeirantes, apenas ouvia, sem ninguém a lhe dirigir palavra. Com o tumulto e as questões orbitando Serra, Alckmin descolou-se do grupo e entrou numa farmácia. A seu estilo, cumprimentou todos e ouviu, sempre atento. Tocava as mãos do interlocutor e dizia: "Eu entendo, mas vamos resolver isso, viu".
Serra continuava a caminhar ladeado de jornalistas frustrados em busca de uma frase de impacto. "Não vou falar de vice. Nenhuma palavra. Dá muita confusão. Logo vai ter (um vice), em três, quatro dias".
Guraulhos tem hoje 1,3 milhões de habitantes e é considerado reduto petista, capitaneado pelo prefeito Sebastião Almeida, que sucedeu ao também petista Elói Pietá, hoje coordenador do programa de governo do candidato Aloízio Mercadante, adversário de Alckmin no Estado.
Sempre dando preferência às senhoras idosas, mulheres com crianças de colo e às jovens bonitas, Serra não abalou com uma professora que parou sua caminhada só para berrar: "Nenhum professor vai votar em você". Deu ouvidos de mercador a uma senhora que cobrava sua ida ao Jardim Álamo, segundo ela, "cheio de água há meses". A senhora deu a volta e o esperou metros à frente.
Um grupo de adolescentes ralhava no pelotão intermediário: "Vou lá beijar a careca do Serra". Um assessor pegou uma delas pelas mãos: "Vai lá então". O beijo não saiu, mas as meninas conseguiram arrancar do candidato a dança do "ah, moleque", que ele já havia protagonizado no programa Pânico na TV, para deleite de cinegrafistas e dos transeuntes com suas câmeras de celular.
Realmente nenhum professor deveria votar nesse indivíduo, aliás nenhum jovem ou desempregado deveria votar nele, basta olhar a multidão de jovens nas ruas buscando emprego, a maioria desempregrado por falta de políticas de qualificação profissional, fora isso as escolas estaduais estão um lixo, basta visitar as cidades periféricas da região metropolitana como Embu, Ferraz, Juquitiba, imagina se é este descaso na região metropolitana de SP o que aconteceria se essa política for extendida ao resto do país... só lamentos!
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