terça-feira, 9 de março de 2010

A Teoria Negreira do DEM saiu do Armário

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) é uma espécie de líder parlamentar da oposição às cotas para estimular a entrada de negros nas universidades públicas. O principal argumento contra essa iniciativa contesta sua legalidade, e o caso está no Supremo Tribunal Federal, onde realizaram-se audiências públicas destinadas a enriquecer o debate.

Na quarta-feira o senador Demóstenes foi ao STF, argumentou contra as cotas e disse o seguinte:"[Fala-se que] as negras foram estupradas no Brasil. [Fala-se que] a miscigenação deu-se no Brasil pelo estupro. Gilberto Freyre, que hoje é renegado, mostra que isso se deu de forma muito mais consensual".

O senador precisa definir o que vem a ser "forma muito mais consensual" numa relação sexual entre um homem e uma mulher que, pela lei, podia ser açoitada, vendida e até mesmo separada dos filhos.Gilberto Freyre escreveu o seguinte:

"Não há escravidão sem depravação sexual. É da essência mesma do regime".
"O que a negra da senzala fez foi facilitar a depravação com a sua docilidade de escrava: abrindo as pernas ao primeiro desejo do sinhô-moço. Desejo, não: ordem."
"Não eram as negras que iam esfregar-se pelas pernas dos adolescentes louros: estes é que no sul dos Estados Unidos, como nos engenhos de cana do Brasil, os filhos dos senhores, criavam-se desde pequenos para garanhões. (...) Imagine-se um país com os meninos armados de faca de ponta! Pois foi assim o Brasil do tempo da escravidão."
Demóstenes Torres disse mais:

"Todos nós sabemos que a África subsaariana forneceu escravos para o mundo antigo, para o mundo islâmico, para a Europa e para a América. Lamentavelmente. Não deveriam ter chegado aqui na condição de escravos. Mas chegaram. (...) Até o princípio do século 20, o escravo era o principal item de exportação da economia africana".

Nós, quem, cara-pálida? Ao longo de três séculos, algo entre 9 milhões e 12 milhões de africanos foram tirados de suas terras e trazidos para a América. O tráfico negreiro foi um empreendimento das metrópoles europeias e de suas colônias americanas. Se a instituição fosse africana, os filhos brasileiros dos escravos seriam trabalhadores livres.

No início do século 20 os escravos não eram o principal "item de exportação da economia africana". Àquela altura o tráfico tornara-se economicamente irrelevante. Ademais, não existia "economia africana", pois o continente fora partilhado pelas potências europeias. Demóstenes Torres estudou história com o professor de contabilidade de seu ex-correligionário José Roberto Arruda.O senador exibiu um pedaço do nível intelectual mobilizado no combate às cotas. ELIO GASPARI

4 comentários:

  1. ANTÔNIO ALBERTO (Pe.Alberto) MENDES FERREIRAterça-feira, 09 março, 2010

    MAC LUHAN, DIZIA , (?) " A IMPRENSA É UMA COISA TERRÍVEL. " >>

    SE VOCÊ É UM IDIOTA E NÃO FALA NADA, NINGUÉM FICA SABENDO DA SUA IDIOTICE. >>

    AGORA, SE VOCÊ FOR À IMPRENSA E FALAR, TODO O MUNDO FICA SABENDO ...>>

    ESSE DEMÓSTENES É UMA ANTA ... >>

    >

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  2. Temos que corrigir séculos de discriminação, descaso e abandono dos nossos irmãos negros.
    Além de prioridade no ensino superior, eles deveriam ter prioridade, também, na reforma agrária e no emprego.
    Fora PSDBestas e DEMentes.
    Escória da elite brasileira.

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  3. ANTÔNIO ALBERTO (Pe.Alberto) MENDES FERREIRAterça-feira, 09 março, 2010

    MAC LUHAN, DIZIA , (?) " A IMPRENSA É UMA COISA TERRÍVEL. " >>

    SE VOCÊ É UM IDIOTA E NÃO FALA NADA, NINGUÉM FICA SABENDO DA SUA IDIOTICE. >>

    AGORA, SE VOCÊ FOR À IMPRENSA E FALAR, TODO O MUNDO FICA SABENDO ...>>

    ESSE DEMÓSTENES É UMA ANTA ... >>

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  4. Muito Obrigado por publicar estas coisas obscenas que este senador disse. Pois vou usar esta matéria como objeto de pesquisa, como lição para os mais jóvens, para que, se alguém disser que ouviu ou que algum ser humano (se pode-se assim classificar)foi capaz de pronunciá-las não pensarem que é mentira ou que foi falha de audição.
    Este senador lá está pelo voto, diga-se de passagem, e portanto ainda há muito trabalho e muito esforço civilizatório.
    Custa-se até acreditar que ainda exista esta espécie no gênero homo-sapiens.
    Pior é que o nome deste senador significa em grego a "força do povo".
    Queria até achar um adjetivo para este sujeito, mas sinceramente não conseguí no nosso idioma.

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