O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), planeja deixar o posto no fim do mês em cerimônia sóbria e sem grande alarde. Mas essa será apenas a mudança burocrática no Palácio dos Bandeirantes, para atender à formalidade da chamada "desincompatibilização". O verdadeiro lançamento da candidatura de Serra ao Planalto será realizado depois da Semana Santa - até para fugir do dia 29 de março, quando o presidente Lula e sua candidata à Presidência, ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), lançam, com pompa, circunstância e barulho, o PAC 2.
Depois de amargar quatro meses de espera pelo anúncio que não veio, a cúpula do PSDB não quer dividir a cena nem a mídia com o PT. Ao contrário, a ideia é esticar o lançamento em mais de uma etapa, para potencializar o ganho político do ingresso do governador na corrida presidencial e compensar o desgaste, virando a página dos protestos por tamanha demora. Serão duas solenidades para Serra brilhar: em São Paulo, a despedida do governo e o anúncio da candidatura de Geraldo Alckmin a governador; e o lançamento nacional em grande estilo, com aliados e tucanos de todo o Brasil reunidos em Brasília, para mostrar unidade do partido em torno do candidato.
Até lá a direção do PSDB vai costurando as alianças nos Estados e tentando contornar a agonia de aliados de peso como o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que esta semana desistiu da reunião que ele mesmo havia pedido a Serra. Inconformado com decisão de arrastar por mais três semanas o anúncio oficial da candidatura, Jarbas chegou a divulgar uma nota na quarta-feira, para dizer que não quer conversa até lá. "Pretendo vincular minha eventual candidatura (a governador de Pernambuco) à dele, mas dispenso a audiência. Vou esperar", disse o senador.
As articulações Brasil afora continuam porque o PSDB trabalha para ampliar a aliança nacional e assim potencializar o efeito político do lançamento. Além da presença de todos os candidatos que vão garantir bons palanques a Serra nos Estados, o tucanato quer mostrar que a festa não é particular, mas da aliança.
Depois da crise que atingiu o principal aliado, com o único governador eleito pelo DEM - José Roberto Arruda, do Distrito Federal - na cadeia, o caminho para minimizar o peso do escândalo do "mensalão do DEM" sobre a coligação de Serra é apressar a ampliação da aliança. O ideal é que isso ocorra já a partir do lançamento da candidatura em Brasília.
Para dar cara múltipla à coligação, os tucanos querem não apenas dirigentes do DEM e do PPS compondo a mesa solene da festa em Brasília. O esforço é para que, em torno de Serra, também estejam os presidentes nacionais do PTB, Roberto Jefferson, e do PSC, Vitor Nósseis. O empenho do tucanato para fechar acordo com as duas legendas na campanha presidencial é grande porque a contabilidade política desse apoio é dobrada, com repercussão no palanque eletrônico de Serra e Dilma.
Como o PTB participa do governo Lula e é aliado do PT no Congresso, os articuladores da candidatura de Dilma contam com o tempo de propaganda eleitoral gratuita do partido no rádio e na televisão. Se o PSDB for bem sucedido, os 42 segundos do PTB serão subtraídos do programa do PT e transferidos a Serra. Somados aos segundos que cabem ao PSC, a articulação tucana pode render ao candidato da oposição um minuto a mais em cada bloco de propaganda que irá ao ar, em rede nacional de televisão, totalizando 7m48s, contra 8m21s da coligação de Dilma - sem contar o tempo do PSB, que ainda pode se bandear para a candidatura governista no caso de desistência do deputado Ciro Gomes.Agência Estado
E Dai !?
ResponderExcluirTantofas como tanto faz !
Se eu fosse o presidente Lula lançaria o PAC2 um dia depois que o sierra anunciasse a sua candidatura. Só para "agoniar" ainda mais o infeliz.
ResponderExcluirOra , pois, pois.
ResponderExcluirSe ele anuncia o dia da anunciação, ele já anunciou.
É ele que vai perder da Dilma presidenta.