Enchentes, segurança, trânsito e torcidas de futebol são os principais medos dos paulistanos, mostra pesquisa encomendada pelo Movimento Nossa São Paulo e feita pelo Ibope, entre os dias 2 e 16 de dezembro. O estudo mostrou o grau de satisfação dos moradores da capital em relação a 170 itens.
A pesquisa apontou que aumentou de 6% para 28% a quantidade de pessoas que temem os alagamentos. No dia 8 de dezembro do ano passado, a cidade parou na maior enchente deste 2005. Outros fatores que provocam receio nos paulistanos são a segurança e o trânsito. No primeiro caso, foi constatado um aumento de 57% para 65% de pessoas que temem assaltos e roubos, de 17% para 26% de quem receia sair à noite e de 6% para 11% dentre os que se sentem inseguros com as torcidas de futebol. Também subiu de 16% para 18% os que temem o trânsito, de 7% para 13% de quem receia por atropelamentos e de 2% para 5% os que têm medo de dirigir.
Os paulistanos avaliam que os pontos positivos para o bem-estar estão ligados principalmente ao seu mundo particular, e não são relativos ao convívio público. Com exceção de uma área - a tecnologia da informação (nota 6)- as que foram melhor avaliadas são todas ligadas aos próprios indivíduos: relações humanas (6,5), religião e espiritualidade (6,3), trabalho (6,2) e sexualidade (5,4).
Receberam as piores notas as questões ligadas aos aspectos sociais e de responsabilidade dos poderes públicos. A pior avaliação foi para a questão de transparência e de participação dos assuntos ligados à população (nota 3,3). “São questões que estão tão distantes que as pessoas nem sabem como participar ou acompanhar as informações. Por isso avaliam mal”, diz Maurício Broinizi Pereira, um dos coordenadores do Movimento Nossa São Paulo .
Na sequência aparecem problemas mais conhecidos da população como a desigualdade social (3,9), falta de assistência social (3,9), trânsito e transporte (4) e acessibilidade para pessoas com deficiência (4,2). No geral, os paulistanos deram nota 4,8 para a cidade e 87% a consideram um lugar inseguro para se viver.
“Essa insatisfação se refere àquilo que as pessoas consideram fundamental para sua qualidade de vida, como a questão da educação, do transporte, da saúde. São dados preocupantes e que esperamos que sirvam de alerta”, diz outro coordenador do Movimento Nossa São Paulo, Oded Grajew.
A avaliação resulta em um outro dado sobre a satisfação com a cidade. Aumentou de 46% para 57% o número de entrevistados que deixaria a capital se pudesse. Um dos pontos também pesquisados é a qualidade de vida. A maior parte das respostas (45%) aponta que “ficou estável”. “Se confrontarmos com o dado da avaliação média da cidade, de 4,8, é um índice baixo. Então vemos que se manteve um indicador que não é positivo”, diz a diretora executiva do Ibope, Márcia Cavallari. JT
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