quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Grosseria desnecessária

Como se não bastasse a nota oficial cafajeste do presidente do PSDB (partido de José Serra) contra a ministra Dilma Rousseff, outra grosseria desnecessária vem do Palácio da Liberdade (sede do governo de Minas).

O secretário de Governo do Estado de Minas, Danilo de Castro, fez um declaração grosseira, absurda e em falta com a verdade. Disse:

"A ministra nasceu no Estado, mas nunca teve vínculos aqui. Não fica bem ela se lembrar de Minas só na hora da campanha."

É grosseria porque toda terra se orgulha de seus filhos ilustres, mesmo que ganhem o mundo. E Minas tem exemplos como o de Santos Dumont, que saiu de Minas bebê, viveu a maior parte de sua vida fora de Minas, nos estados do Rio de Janeiro, de São Paulo e Europa, mas nunca negou suas origens, e Santos Dumont é nome de uma cidade de Minas em sua homenagem.

E a afirmação não é verdadeira, porque Dilma saiu de Minas adulta, casada, fez vestibular na UFMG, o pai dela e a irmã estão enterrados em Minas, a mãe mora em Minas. Foi aluna no colégio estadual de Minas, foi nadadora no Minas Tênis Clube. Entre os amigos, em BH ela é Dilminha, porque Dilma é a mãe dela, que mora em Belo Horizonte até hoje. Portanto, sobram vínculos.

Em sua visita a Jenipapo de Minas, mesmo com a ausência de Aécio, a ministra e o presidente citaram o nome do governador mineiro várias vezes, o elogiaram por cooperar nas relações administrativas entre Estado e União, e lhe desejaram um governo cheio de realizações, sucesso e "com muitas obras inauguradas".

Em seu discurso, mesmo criticando as declaração do presidente do PSDB sobre acabar com o PAC, Dilma dirigiu poupou Aécio:

"Os prefeitos aqui de Minas e o governador Aécio Neves tem sido parceiros exemplares e republicanos do governo federal. Conosco eles têm enfrentado esse desafio que é mudar o Brasil. A barragem é uma obra do PAC com uma parceria muito produtiva e muito bem sucedida com o governo de Minas, com o governador Aécio Neves." [A barragem foi construída com 90% dos recursos federais, mas repassados à um órgão do Estado de Minas, responsável pela licitação e execução da obra]

Aécio até hoje tem seguido as tradições da política mineira conciliadora e de evitar baixar o nível em campanhas desnecessariamente. Deveria pedir um pouco mais de bons modos de seu secretário. O debate político deve ser vigoroso e pode ser acalorado, mas dispensa grosserias desnecessárias.

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