O Brasil já se comprometeu com doações de R$ 375 milhões para o Haiti desde o terremoto que devastou o país no dia 12, e o montante poderá alcançar R$ 1 bilhão em função de outras doações, incluindo do setor privado.
Ao mencionar as cifras, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, considerou ontem que os países ricos "demoraram" a enviar dinheiro e reiterou que eles podem "fazer mais" para ajudar o país mais pobre das Américas.
Amorim anunciou a liberação ontem de US$ 10 milhões para gastos de emergência no Haiti. Além do dinheiro, o governo, disse o ministro, está trabalhando para agilizar o envio de barracas, um dos itens mais necessárias no país neste momento.
O ministro disse no Conselho dos Direitos Humanos da ONU que o "maior desafio" da comunidade internacional é ajudar o Haiti "preservando a soberania" do país.
Enquanto o governo do Haiti é qualificado de "mafioso e totalmente incompetente" por analistas, Amorim disse que, na experiência do Brasil com o país, "isso nunca foi um problema maior".
Em todo caso, a doação brasileira passará pelas Nações Unidas. Amorim reiterou que, da parte brasileira, "não ha desconfiança (em relação ao governo), mas é razoável que quando se coloca muito dinheiro tenhamos um sistema de prestação de contas".
Para o Brasil, a situação de emergência no Haiti persistirá por muito tempo e a ajuda para a reconstrução precisa vir rápido. O temor é que se surgir outra crise em outro ponto do planeta a mobilização internacional em favor do Haiti perca força.
Em março, numa conferência internacional, os países terão uma ideia mais precisa de quanto o Haiti precisará de ajuda para sua reconstrução.
O Brasil vai propor que os países ricos e em desenvolvimento garantam pelo menos 20 anos de entrada de produtos haitianos sem a cobrança de impostos.
Amorim acha que isso pode ajudar a atração de investimentos estrangeiros.
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