quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Brasileiro com mesa mais farta

O ano que terminou foi historicamente de mesa mais farta e barata para o brasileiro de baixa renda. De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), em 2009 os produtos que comprometem a maior parte do orçamento dessa parcela da população, os alimentos, registraram quedas de mais de 30% em alguns itens. Com o custo da comida em baixa, a inflação pressionou menos os bolsos de recursos escassos. O Índice de Preços ao Consumidor — Classe 1 (IPC-C1), que mede a inflação para famílias com rendimentos entre um e 2,5 salários mínimos (de R$ 510 a R$ 1.275), ficou em 3,69% no acumulado do ano, valor 0,26 ponto percentual abaixo da média nacional.

Segundo um levantamento da FGV, dos três produtos mais importantes na cesta dessa população, dois apresentaram reduções históricas e, o último, a segunda maior queda de preço desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2004 (veja no gráfico). O de maior impacto no orçamento, por ser de grande importância na mesa do brasileiro, foi o recuo na carne moída, que ano passado obteve a única queda já registrada, de 8,80%. “Com a crise, o país passou a exportar menos e houve uma oferta maior que a demanda, o que favoreceu preços menores no mercado doméstico”, explicou o economista da FGV André Braz, responsável pela pesquisa.

Na mesma trajetória de queda seguiram os custos do arroz e do feijão, dupla indispensável em almoços e jantares no Brasil. O valor do feijão carioquinha caiu 30,89%, o do tipo preto teve recuo de 44,33% e o arroz registrou queda de 17,02%. “Esses preços se justificam porque alguns produtos tiveram oferta regular em 2009. Como o feijão, que teve uma ótima safra e, por isso, mais oferta”, afirmou o economista da FGV. “Se temos uma safra boa, sem problemas de tempo ou quebras por algum motivo, os preços tendem a cair”, emendou.

Contraponto
A inflação Classe 1 de 2009 foi a menor dos últimos três anos. Não fosse por reajustes de aluguel (6,86%) e de tarifas de energia (5,44%), o índice teria ficado em menos de 2%. “Se dependesse só dos alimentos, estaria em 1,52% mas, ainda assim, não houve aumento real. O índice da baixa renda ficou menor que a inflação para o resto do país”, disse o economista da FGV André Braz, responsável pelo IPC-C1.

Venda alta de veículos

O comércio de veículos aumentou em dezembro, encerrando 2009 com novo recorde. As vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus novos tiveram acréscimo de 16,41% em dezembro sobre novembro, atingindo 293 mil unidades, segundo dados divulgados ontem pela Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Para 2010, o setor estima um novo ano de forte expansão.

No acumulado de 2009, as vendas de veículos somaram 3,14 milhões de unidades, avanço de 11,35% sobre 2008, configurando uma alta histórica. Considerando apenas automóveis e comerciais leves, a Fenabrave estima para 2010 um aumento 9,73% no faturamento, com a comercialização de 3,3 milhões de unidades. A entidade divulgou ainda que em dezembro os negócios foram 50,6% maiores frente a igual mês de 2008, devido à fraca base de comparação. O fim do ano retrasado para o setor foi marcado por forte retração na demanda provocada pelos efeitos da crise mundial na economia brasileira.

Em 2009 como um todo, as vendas de automóveis somaram 2,48 milhões, com expansão de 12,93% ante o ano anterior. As vendas de comerciais leves totalizaram 530 mil, alta de 11,4%. Já as vendas de caminhões caíram 11,5%, para 109,1 mil unidades, e as de ônibus recuaram 14,2%, para 22,6 mil unidades. O comércio de motos no ano passado totalizou 1,6 milhão de unidades, uma queda de 16,42% sobre 2008. Em dezembro, elas somaram 157,9 mil unidades, alta de 19,19% frente a novembro e de 10,18%, em comparação a igual mês de 2008.

Em 2009, a Fiat liderou o setor, vendendo 736,9 mil unidades de automóveis e comerciais leves e obtendo 24,49% de participação no mercado brasileiro. Em seguida, ficou a Volkswagen, com vendas de 684,3 mil unidades e participação de 22,74%. A General Motors vendeu 595,4 mil unidades e obteve 19,79% da fatia do mercado. A Ford comercializou 304 mil unidades e obteve participação de 10,10%. A Honda ficou em quinto lugar, com vendas de 125,8 mil e parcela do mercado de 4,18%.Correio Braziliense

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Nota do moderador: Comentários preconceituosos, racistas e homofóbicos, assim como manifestações de intolerância religiosa, xingamentos, ofensas entre leitores, contra o blogueiro e a publicação não serão reproduzidos. Não é permitido postar vídeos e links. Os textos devem ter relação com o tema do post. Não serão publicados textos escritos inteiramente em letras maiúsculas. Os comentários reproduzidos não refletem a linha editorial do blog