A abertura de processo no Supremo Tribunal Federal contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), por envolvimento no "mensalão do PSDB", levou os tucanos a tentarem "desnacionalizar" o caso. O objetivo é blindar o partido de envolvimento no escândalo e minimizar as acusações de uso de caixa 2 por parte de integrantes da legenda em Minas.
A avaliação é que, num primeiro momento, o PSDB de Minas sai como maior prejudicado - e indiretamente o governador Aécio Neves, um dos cotados para disputar o Planalto em 2010. Ontem, Aécio foi a público dizer que Azeredo "foi vítima do conturbado momento político pelo qual" o País está passando. Enquanto o governador mineiro defendeu publicamente o senador, o governador de São Paulo, José Serra, não se manifestou sobre o assunto nos dois eventos dos quais participou ontem.
Serra irritou-se com os pedidos para comentar a decisão do Supremo. "Eu não vou comentar esse assunto", afirmou o governador tucano. Questionado sobre o motivo, ele respondeu: "Porque não quero." Depois completou: "Só vou falar das coisas da região. Se ficar nesse tititi nacional, ninguém noticia o que está acontecendo aqui."
A ordem do PSDB é tentar ao máximo desvincular o caso de Minas do "mensalão tucano", com o caso de 2005, quando houve a acusação de envolvimento do PT e de partidos da base aliada , a cúpula tucana avalia que o discurso da ética sai chamuscado - justo no momento em que o maior aliado nacional, o DEM, está envolvido no mensalão do Distrito Federal.
Azeredo é acusado de peculato (uso de cargo público em benefício próprio) e lavagem de dinheiro num suposto esquema de desvio de recursos públicos para a campanha de 1998 ao governo do Estado. Personagem do mensalão de 2005, o publicitário Marcos Valério teria operado o esquema de Minas. "Os marqueteiros do PT estão tentando confundir as coisas", disse o senador Álvaro Dias (PR), para quem o caso de Azeredo é diferente de 2005.
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