Colisão de dois trens entre as estações Ana Rosa e Vila Mariana, na madrugada, deixou um funcionário ferido. Uma das composições envolvidas é do novo lote da Linha 2-Verde, que já apresentou problemas de eixo e de motor
Em menos de 32 horas, o metrô de São Paulo registrou duas falhas graves, colocando em xeque seu sistema de segurança. Na madrugada de anteontem, uma colisão inédita entre dois trens deixou um operador ferido. Já na manhã de ontem, uma composição apresentou defeitos na sinalização e circulou, lotada, com as portas abertas. Neste ano, aconteceram ao menos 17 falhas no metrô.
O choque aconteceu entre as estações Ana Rosa e Vila Mariana, da linha 1-Azul, 33 minutos depois de encerrada a operação, que durante a semana vai até a 0h20. Segundo o Metrô, os condutores manobravam manualmente os trens. Uma das composições estava parada num local chamado tecnicamente de X, por ser a transposição entre os trilhos das linhas 2-Verde e 1-Azul. O condutor do segundo trem vinha da Estação Jabaquara, com destino à Linha Verde, numa velocidade de 20 km/h, quando colidiu contra o trem parado na área de manobra. Ele sofreu ferimentos em uma das pernas e foi conduzido a um hospital.
O trem que estava em movimento é uma das oito novas composições que entraram em operação neste ano na Linha Verde. Em outubro, o Jornal da Tarde mostrou que a frota recém-chegada apresentava problemas nos eixos e de deslocamento das rodas, o que poderia resultar até em descarrilhamento. O problema foi registrado inicialmente no trem 213, que já estava em circulação. Funcionários do Metrô relatam também uma ocorrência de fusão do motor durante a operação. A companhia afirmou que o acidente de anteontem, com a composição 214, não foi provocado por defeitos no trem e que não tem relação com a falha constatada nos eixos, que já teriam sido solucionadas (leia abaixo).
O delegado Valdir de Oliveira Rosa, titular da Delegacia do Metropolitano (Delpom), afirmou ontem que vai instaurar inquérito policial para apurar a lesão corporal culposa (sem intenção) e os danos causados pelo acidente. O metroviário que se feriu vai ser ouvido pelo delegado. Oliveira Rosa informou que pediu ao Metrô detalhes dos danos causados e solicitou que as duas composições fossem encaminhadas para o pátio do Jabaquara para facilitar a perícia técnica. Uma delas já está no local. O trem que foi atingido continua na estação Ana Rosa e terá de ser serrado para que possa ser transportado. O laudo da perícia deve sair em 60 dias.
Porta aberta
A circulação de trens com a porta aberta ontem foi registrada pela passageira Glaucy Rodrigues, que filmou o incidente com seu celular e divulgou o vídeo no site da Folhaonline. Lotada, a composição circulou pelo menos entre as estações Luz e Ana Rosa, da Linha 1-Azul, com todas as portas de um vagão abertas. Para que os usuários não ficassem próximos às portas e sofressem acidentes, a segurança do Metrô colocou uma fita amarela no vão aberto
Os passageiros se surpreenderam ao saber dos problemas de segurança dos nos últimos dias e lembraram dos transtornos que enfrentam diariamente. “O trem para, a porta não abre. Às vezes, a porta não fecha”, diz a faxineira Bruna Bartolo, de 26 anos. “Ando de metrô todos os dias e isso (a colisão) me preocupa.”JT
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