sábado, 28 de novembro de 2009

Medo da derrota pode levar Serra a desistência

Um secretário do governo paulista (de José Serra - PSDB/SP) relatou à revista IstoÉ:

"Se Serra perde a Presidência, o quadro mais provável é que Geraldo Alckmin (por quem Serra não morre de amores) se eleja em São Paulo e Aécio Neves se torne o principal porta-voz do partido e da oposição no Senado. Isso tiraria de Serra o poder de influir politicamente, inclusive no PSDB".

No Palácio dos Bandeirantes, o governador e seus principais conselheiros trabalham com algumas pesquisas qualitativas. São essas consultas que irão pautar a decisão do governador.

Segundo os serristas otimistas, as pesquisas mostram que Serra teria chances de vencer a disputa nacional, caso consiga conduzir a campanha para um debate entre ele e Dilma e não a uma comparação entre os governos de Lula e de Fernando Henrique Cardoso, estratégia usada até agora pelo PT.

As pesquisas em poder dos serristas mostram que a eleição plebiscitária apenas fortaleceria Dilma Rousseff e que a única maneira de reverter o crescimento da candidatura da ministra seria levar o debate para uma comparação entre as biografias dos dois candidatos.

Diante da pressão exercida pelo partido e por aliados, Serra decidiu colocar a campanha na rua, mesmo sem declarar a candidatura. Nos últimos dias, iniciou uma maratona pela mídia, participando de diversos programas populares de rádio e tevê, como o de Ratinho, no SBT, e no "SuperPop", da apresentadora Luciana Gimenez, na Rede TV!

Fez dessa minimaratona uma espécie de laboratório, sempre acompanhado por pesquisas para analisar o comportamento do telespectador/ eleitor.

Em todas as suas aparições, Serra não se colocou oficialmente como candidato, mas procurou tirar do debate o caráter plebiscitário adotado pela campanha de Dilma.

Tentou "vender seu peixe": "O eleitor deve ter clareza de qual é o candidato melhor preparado, com mais história política e administrativa", disse Serra, na Rede TV!, minutos antes de lembrar seus feitos como ministro da Saúde.

O governador evitou qualquer polêmica com o governo Lula, afirmou em rádios do Nordeste que programas como o Bolsa Família precisam ser mantidos e evitou discutir temas como estabilidade econômica e crescimento.

Nos próximos dias o governador paulista planeja intensificar sua presença na mídia e cada aparição será avaliada por pesquisas qualitativas. Se essas pesquisas apontarem que existe a possibilidade de a campanha ser conduzida para um debate entre ele e Dilma, aí sim o governador se declarará candidato a presidente. Do contrário, já avisou a alguns assessores que continuará a inaugurar obras e mais obras em São Paulo, e partir para a reeleição, onde acredita ser "imbatível".

Um dirigente nacional do PSDB ouvido por ISTOÉ na quinta-feira 26 afirmou que nos próximos dez dias Serra irá analisar as pesquisas qualitativas e tomar sua decisão.

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