O PSDB, o DEM e o PPS decidiram começar a campanha pela Presidência da República apesar de ainda não terem definido o candidato. Preocupados com o da ministra Dilma Rousseff em recentes pesquisas eleitorais, dirigentes dos partidos da oposição definiram ações para divulgar a candidatura nacional até o início de 2010, mesmo antes da escolha entre os pré-candidatos do PSDB José Serra ou Aécio Neves para a disputa.
Lideranças dos três partidos, reunidas ontem em Brasília, estabeleceram diretrizes para o planejamento financeiro da campanha e negociaram a intensificação de propagandas na internet, com críticas ao governo federal e à candidatura Dilma. "Não podemos colocar a faca no pescoço de Serra, para ele definir a candidatura", disse ontem o deputado Rodrigo de Castro (PSDB-MG). "Mas temos de fazer ações conjuntas para divulgar a candidatura da oposição até janeiro", explicou. "A candidata do governo está fazendo imensa propaganda agora. Precisamos reagir", disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
Em almoço ontem, dirigentes do PSDB, DEM e PPS negociaram que não pressionarão Serra pelo lançamento da candidatura ainda este ano. "Não temos o que fazer", comentou o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN). "Pressioná-lo só faria sentido se a candidatura dele estivesse pronta para ser lançada amanhã", afirmou. Mas o líder do DEM reclamou que a indefinição está prejudicando o DEM , PSDB e PPS.
No cenário eleitoral apresentado na pesquisa CNT/ Sensus divulgada na segunda-feira, Dilma ganhou, em dois meses, quase quatro pontos percentuais de intenção de voto enquanto Serra ficou estacionado. A oposição teme que a falta de definição sobre o candidato permita o crescimento não só da candidatura Dilma mas também de candidaturas alternativas, como da senadora Marina Silva (PV-AC).
No encontro de ontem, dirigentes do PSDB e do DEM tentaram resolver divergências recentes que desgastaram a relação dos dois partidos. O presidente do DEM, Rodrigo Maia , e seu pai, Cesar Maia, há poucas semanas divulgaram publicamente o descontentamento coma demora do PSDB em lançar seu candidato. Ontem, Rodrigo Maia participou do encontro, mas seu pai não. "Combinamos que não faremos declarações polêmicas em público", disse Agripino.
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